LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA MUCOCUTÂNEA EM PACIENTE COM DEFICIÊNCIA DE IGM: UM RELATO DE CASO
ANDRÉ LUIZ BELÉM NEGROMONTE DOS SANTOS1, ANA BEATRIZ ARAÚJO LEITE1, MARINA DE SÁ GADELHA1, MARIA GUERRA BARRETTO DA COSTA1, ALBÉRICO DE FREITAS CARVALHO1, PAULO SILVEIRA CARDOSO FERREIRA1, DANILO RAFAEL BARBOSA DOS SANTOS1, RAYSSA SANTANA DE FARIAS1, LUCAS SILVA COSTA GUERRA MORAES1, CLÁUDIA DE CARVALHO VITAL1, ANGELA CRISTINA RAPELA MEDEIROS1, MARIA EDLEUZA FELINTO BRITO1
1. FCM - Faculdade de Ciências Médicas, 2. FPS - Faculdade Pernambucana de Saúde, 3. FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz - Instituto Aggeu Magalhães
andreluiznegromonte@hotmail.com

A Leishmaniose Tegumentar Americana é uma doença parasitária causada por protozoários do gênero Leishmania e subgêneros Leishmania e Viannia, transmitida pelo flebotomíneo. Prevalente no Brasil e endêmica em todo o Estado de Pernambuco, está associada a diversas apresentações clínicas tanto cutâneas como mucosas. Um sistema imune competente é muito importante para o controle da enfermidade e determinação da sua manifestação. O seguinte relato aborda um caso atípico de LTA mucocutânea, pela exuberante lesão documentada. Paciente do sexo masculino, 19 anos, procedente de Ingazeira, zona rural de Pernambuco. Chegou ao Hospital com queixa de tumoração indolor em narina direita que evoluiu durante 3 meses com importante aumento do volume nasal e saída de secreção hialina, assim como lesões ulcerodescamativas em lábios. Possuía o diagnóstico de deficiência de IgM há 12 anos e foi diagnosticado há 4 anos com LTA forma mucocutânea em face, sendo realizado tratamento cirúrgico na época e medicamentoso com antimoniato de meglumina durante os 4 anos seguintes, com discreta melhora das lesões. Foi realizada teste para HIV cujo resultado foi negativo e, também, biópsia que confirmou leishmaniose. O medicamento de escolha foi a Anfotericina B, posteriormente substituída pelo antimoniato de meglumina, com cura da lesão, restando sequelas estruturais como o nariz em tapir. Sugere-se que a imunodeficiência do paciente foi um determinante para a exuberância da lesão. Por conta da resistência ao antimonial, optou-se pelo uso da Anfotericina B, com boa redução do tumor, sendo posteriormente substituída por conta de sua toxicidade. As lesões mucosas na LTA podem surgir meses ou anos após o início da doença, mesmo quando não há mais lesões cutâneas, afetando com mais frequência as mucosas da boca e do nariz. Sequelas como a fácies tapiroide, buldoguiforme e o nariz em bico de papagaio podem ocorrer. Dessa forma, torna-se relevante conhecer a variedade de apresentações clínicas da LTA, de forma a orientar um correto tratamento e evitar possíveis consequências estruturais e estéticas aos pacientes com essa doença.



Palavras-chaves:  Anfotericina B, Leishmaniose, Leishmaniose Mucocutânea