OCORRÊNCIA DE Aedes (Ochlerotatus) lepidus CERQUEIRA & PARAENSE, 1945 NA GRUTA DOS PILARES NO MUNICÍPIO DE ALCINÓPOLIS, ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, BRASIL
MARCOS OBARA 1, PAULO SILVA ALMEIDA1, ROSILENE FRANCISCA MOREIRA1, JOSÉ OLIVEIRA DA SILVA1, RICARDO AUGUSTO DOS PASSOS1, HERINTHA COETO NEITZKE-ABREU1, PEDRO CATARINO DA COSTA FILHO1, CLAUCIO JUNIOR DE SOUZA CARRIJO1, ANDREIA FERNANDES BRILHANTE1, MARCIA BICUDO DE PAULA1
1. UNB - Laboratório de Parasitologia Médica e Biologia de Vetores, Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília , 2. SES/MS - NRSDdos-SESMS - Núcleo Regional de Saúde de Dourados - Secretaria de Estado da Saúde do Mato Grosso do Sul , 3. UFGD - PPECB/FCBA/UFGD - Programa de Pós-graduação em Entomologia e Conservação da Biodiversidade/Faculdade de Ciências Biológicas e Ambientais/Universidade Federal da Grande Dourados , 4. FCS/UFGD - Faculdade de Ciências da Saúde/Universidade Federal da Grande Dourados , 5. SMS - Secretaria Municipal de Saúde de Alcinópolis, 6. FSP/USP - Faculdade de Saúde Pública/USP, Laboratório de Entomologia em Saúde Pública - Flebotomíneos do HEP.
marcos.obara@gmail.com

Os mosquitos da família Culicidae atraem à atenção da saúde pública, pois muitas espécies estão envolvidas na transmissão de múltiplas infecções ao homem e animais. Os limites das áreas de distribuição desses mosquitos são desconhecidos. Em Culicinae as tribos Aedini e Culicini possuem maior número de representantes de interesse epidemiológico. A tribo Aedini segundo a classificação taxonômica de Wilkerson et al. (2015) compreende dez gêneros dos quais, Aedes , Haemagogus e Psorophora são representantes Neotropicais e ocorrem no Brasil. O gênero Aedes compreende cerca de 1256 espécies distribuídas por 92 subgenêros. No Brasil, o gênero Aedes é composto por 28 espécies agrupadas em seis subgêneros. Aedes ( Stegomyia ) aegypti (Linnaeus) e Ae. ( Ste .) albopictus (Skuse) apresentam relevada importância epidemiológica e bioecológica, uma vez introduzidas no Brasil. O objetivo deste trabalho foi relatar a primeira ocorrência de Aedes ( Ochlerotatus ) lepidus Cerqueira & Paraense, 1945 no Estado do Mato Grosso do Sul (MS), município de Alcinópolis, na Gruta dos Pilares, da Unidade de Conservação Templo dos Pilares. Na parte externa da Gruta, com uma única coleta exploratória de culicídeos, coletou-se quatro larvas em um buraco de pedra e onze alados (1 ;10 ), com armadilha luminosa tipo CDC no crepúsculo vespertino em 16 de novembro de 2015. O subgênero Ochlerotatus possui espécies que se criam no solo em recipientes naturais ou artificiais que acumulam água de chuva com ou sem vegetação, em locais silvestres e/ou urbanos. Podem ser encontradas temporariamente em escavações de rochas, depressões de terrenos, poças d'água, valas de drenagem e charcos de água salobra. Ae. lepidus já foi encontrado em recipientes artificiais no peridomicílio associado a Ae. aegypti ou Culex (Culex) quinquefasciatus Say. Mosquito zoofílico (ornitófilo) pode atacar o homem oportunamente. Em condições de laboratório apresentou competência vetorial para transmitir o Plasmodium gallinaceum , e foi utilizado como modelo experimental de malária. O registro de Ae. lepidus no MS amplia o conhecimento da sua área de distribuição geográfica, restrita aos Estados de Alagoas, Mato Grosso, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. Apesar desta espécie não apresentar transmissão de patógenos a humanos, estudar a bioecologia dos mosquitos contribui sobre o risco potencial de populações humanas expostas a agentes infecciosos em áreas rupestres como a Gruta dos Pilares, visitada por pesquisadores e turistas.



Palavras-chaves:  Aedes, Distribuição Geográfica, Entomologia, Vigilância