PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA INFECÇÃO PELO HIV NO ESTADO DO ACRE DURANTE O PERÍODO DE 2008 A 2016 |
Introdução: A infecção pelo vírus HIV é considerada um grande desafio à saúde pública. No Brasil, devido à ampla extensão territorial e também à grande diversidade econômica entre as regiões do país, a epidemia se comporta de forma dinâmica. A transmissão ocorre principalmente através da via sexual, com alta incidência em ambos os sexos. Este trabalho tem como objetivo a análise do perfil epidemiológico da HIV, no estado do Acre, no período de 2008 a 2016. Material e métodos: Trata-se de um levantamento epidemiológico, descritivo, com coleta retrospectiva de dados no SINAN, baseado em uma série temporal de casos de HIV no estado do Acre (2008 a 2016), com cálculo de frequência das variáveis incluídas na ficha de notificação do HIV. Resultados: Foram notificados e confirmados 394 casos de HIV. As maiores frequências foram evidenciadas na faixa etária entre vinte e trinta e quatro anos (57,1%), sexo masculino (64,4%), ensino médio completo (21,5%), procedência de Rio Branco (63,9%). Das fichas com informação sobre a possível categoria de exposição ao vírus, a heterossexual contribuiu com 63,9%, seguida da homossexual com 21,1%. Em relação à mortalidade, foram confirmados no período 39 óbitos por HIV. Discussão: A maior incidência de infecção pelo HIV na categoria de exposição heterossexual, no sexo masculino e na faixa etária entre 20 a 34 anos reflete o mesmo panorama encontrado atualmente nos estudos que analisam perfis epidemiológicos de outras regiões do país. No sexo feminino, corroborando com a revisão literária, foram registrados altos índices de infecção pelo HIV, e de forma quase exclusiva na categoria heterossexual. Também concorda com outros estudos o baixo índice de casos por transmissão vertical e por via parenteral através do uso de drogas injetáveis. Como esperado, o maior número de casos foi registrado em Rio Branco, capital e município mais populoso do estado. Conclusão: Este estudo evidenciou altas taxas de infecção entre a população adulta jovem, entre 20 e 34 anos, e com boa escolaridade, ensino médio completo. Estes encontros reforçam a necessidade de medidas preventivas, com foco na Atenção Primária à Saúde, desde faixas etárias mais novas, independente do nível de escolaridade, sexo e categoria sexual incluída. |