LEISHMANIOSE VISCERAL GRAVE EM PACIENTE CO-INFECTADO COM HIV E HANSENÍASE: RELATO DE CASO
SAMUEL RICARTE DE AQUINO1, LUCYO FLÁVIO BEZERRA DINIZ1, ALDA MARIA JUSTO1, ZULMA MARIA MEDEIROS1, RODRIGO FELICIANO DO CARMO1
1. UNIVASF - Universidade Federal do Vale do São Francisco, 2. UPE - Universidade do Pernambuco, 3. CPQAM - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
samricarte@hotmail.com

A leishmaniose visceral (LV) é uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada pelo alto potencial de letalidade. No Brasil, a Leishmania chagasi/infantum é a etiologia mais comum da LV, sendo transmitida pelo vetor o inseto flebótomo da espécie Lutzomia longipalpis . A coinfecção HIV/LV contribui para uma rápida progressão clínica de ambas as doenças. Os pacientes com leishmaniose visceral e coinfectados com HIV apresentam mais recaídas e maior letalidade. O objetivo é apresentar um relato de caso de Leishmaniose visceral grave em paciente portador de HIV e em tratamento de eritema nodoso secundário a hanseníase Virchowiana. Foi realizado avaliação clínica e laboratorial do paciente em questão e posterior revisão de seu prontuário e de literatura relacionado ao tema exposto. Paciente RSG, masculino, 40 anos, com diagnóstico de HIV desde 2014, em uso regular de terapia antiretroviral, com contagem de células CD4 14 cél/mL e carga viral < 40 cópias (11/10/2017). O mesmo apresenta reação hansênica (RH) tipo eritema nodoso em tratamento com talidomida e prednisona. O paciente foi atendido no serviço de saúde do município de Petrolina-PE com quadro de febre alta (há 30 dias), calafrios, astenia, perda de peso, aumento do volume abdominal, palidez cutânea, hepatomegalia e esplenomegalia. Realizou exames laboratoriais que mostraram pancitopenia, disfunção renal aguda, ELISA rK39 positivo, DAT para LV positivo, antígeno urinário para LV (Katex) positivo, mielograma com presença de inúmeras estruturas amastigotas compatíveis com leishmania. Iniciou tratamento com Anfotericina B lipossomal por 5 dias com boa resposta clínica. A LV é uma doença endêmica no Brasil e pode ser potencialmente grave quando acomete pacientes co-infectados com HIV. Observamos a rápida progressão da LV neste caso, pois além do paciente apresentar CD4 muito baixo, ainda fazia uso de medicamentos imunossupressores para tratamento de RH, portanto o diagnóstico de LV em áreas endêmicas bem como a instituição da terapia no momento oportuno leva a redução drástica das complicações e mortalidade.



Palavras-chaves:  AIDS, calazar, HIV, leishmaniose, zoonose