AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA DAS CENTRAIS ESTADUAIS DE REDE DE FRIO DA REGIÃO NORDESTE FRENTE A INDICAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DA VACINA DE FEBRE AMARELA EM 2019
PATRICIA SOARES DE MELO FREIRE GLOWACKI 1, FLÁVIA CASELLI PACHECO1, GIOVANNY VINICIUS ARAUJO FRANÇA1, CARLA MAGDA ALLAN SANTOS DOMINGUES1, OSNEI OKUMOTO1, CRISTIANE PEREIRA DE BARROS1
1. CGPNI/SVS/MS - COORDENAÇÃO GERAL DO PROGRAMA NACIONAL DE IMUNIZAÇÕES / SVS/MS, 2. CGLAB/SVS/MS - COORDENAÇÃO GERAL DE LABORATÓRIOS DE SAÚDE PÚBLICA /SVS/MS, 3. CGVR/SVS/MS - Coordenação-Geral de Vigilância e Resposta às Emergências em Saúde Pública, 4. SVS/MS - SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
PATRICIAS.FREIRE@SAUDE.GOV.BR

A partir do surto de Febre Amarela (FA) em 2016/17, o Ministério da Saúde (MS) adotou como estratégia de prevenção a vacinação gradativa da população, iniciando em SP, RJ, BA e estados da região Sul. A partir de 2019, planejou-se ampliar a estratégia para mais sete estados da região Nordeste: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, onde se estima 31 milhões de não vacinados, demandando capacidade instalada das Centrais de Rede de Frio (CRF) estaduais. Neste estudo, objetivou-se avaliar a capacidade instalada dessas CRF, que incluirão em suas rotinas a vacina de FA. Realizou-se um estudo descritivo da capacidade instalada dessas CRF, com foco: (i) disponibilidade de volume útil de armazenamento, para incrementação do número de doses em relação ao plano atual; (ii) capacidade de contingenciamento; e, (ii) potencial fluxo de carga dessas CRF. Os dados analisados foram autodeclarados pelos estados ao Programa Nacional de Imunizações. Verificou-se que, AL, CE, PB, PE, PI e SE possuem câmaras de infraestrutura em adequado funcionamento, incluindo, sistema de alarme para notificação de alteração de temperatura de trabalho. Em relação ao volume útil disponível em equipamento confiável, observou-se que PE e SE possuem infraestrutura com câmara fria para conservação, negativa e positiva respectivamente, com capacidade imediata de incorporação de novas doses de vacina, AL dispõe de volume adicional em câmara refrigerada. Quanto à confiabilidade dos equipamentos, referida nos programas de manutenção, AL, PB, PE, RN e SE possuíam programa de manutenção preventiva e corretiva, enquanto os demais apresentavam maior grau de risco associado. Todas as CRF dispunham de recursos para o contingenciamento ao suprimento de energia elétrica. Contudo, PB e RN estavam subdimensionadas, com atendimento parcial dos seus equipamentos de conservação. Todas as CRF apresentavam condições para realização do fluxo de carga unidirecional, exclusivo e restrito, mas RN ainda deve incorporar climatização de ambiente específico. Em suma, observou-se que as CRF analisadas possuem potencial para realização da logística das vacinas FA. Contudo, todas demandam ajustes para alcance do padrão ótimo da cadeia de frio. Este estudo corrobora com a elaboração do Plano de Ação para Implantação da vacina de FA e ratifica a importância dos investimentos contínuos do MS para implementação da Rede de Frio, antevendo potenciais variações do perfil epidemiológico do Brasil.



Palavras-chaves:  Cadeia de Frio, Imunização, Rede de Frio, Saúde Pública, Vacina contra Febre Amarela