AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE INSTALADA DAS CENTRAIS ESTADUAIS DE REDE DE FRIO DA REGIÃO NORDESTE FRENTE A INDICAÇÃO DA IMPLANTAÇÃO DA VACINA DE FEBRE AMARELA EM 2019 |
A partir do surto de Febre Amarela (FA) em 2016/17, o Ministério da Saúde (MS) adotou como estratégia de prevenção a vacinação gradativa da população, iniciando em SP, RJ, BA e estados da região Sul. A partir de 2019, planejou-se ampliar a estratégia para mais sete estados da região Nordeste: Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, onde se estima 31 milhões de não vacinados, demandando capacidade instalada das Centrais de Rede de Frio (CRF) estaduais. Neste estudo, objetivou-se avaliar a capacidade instalada dessas CRF, que incluirão em suas rotinas a vacina de FA. Realizou-se um estudo descritivo da capacidade instalada dessas CRF, com foco: (i) disponibilidade de volume útil de armazenamento, para incrementação do número de doses em relação ao plano atual; (ii) capacidade de contingenciamento; e, (ii) potencial fluxo de carga dessas CRF. Os dados analisados foram autodeclarados pelos estados ao Programa Nacional de Imunizações. Verificou-se que, AL, CE, PB, PE, PI e SE possuem câmaras de infraestrutura em adequado funcionamento, incluindo, sistema de alarme para notificação de alteração de temperatura de trabalho. Em relação ao volume útil disponível em equipamento confiável, observou-se que PE e SE possuem infraestrutura com câmara fria para conservação, negativa e positiva respectivamente, com capacidade imediata de incorporação de novas doses de vacina, AL dispõe de volume adicional em câmara refrigerada. Quanto à confiabilidade dos equipamentos, referida nos programas de manutenção, AL, PB, PE, RN e SE possuíam programa de manutenção preventiva e corretiva, enquanto os demais apresentavam maior grau de risco associado. Todas as CRF dispunham de recursos para o contingenciamento ao suprimento de energia elétrica. Contudo, PB e RN estavam subdimensionadas, com atendimento parcial dos seus equipamentos de conservação. Todas as CRF apresentavam condições para realização do fluxo de carga unidirecional, exclusivo e restrito, mas RN ainda deve incorporar climatização de ambiente específico. Em suma, observou-se que as CRF analisadas possuem potencial para realização da logística das vacinas FA. Contudo, todas demandam ajustes para alcance do padrão ótimo da cadeia de frio. Este estudo corrobora com a elaboração do Plano de Ação para Implantação da vacina de FA e ratifica a importância dos investimentos contínuos do MS para implementação da Rede de Frio, antevendo potenciais variações do perfil epidemiológico do Brasil. |