SURTO DE PAROTIDITE INFECCIOSA EM TERESINA-PIAUÍ: RELATO DE EXPERIÊNCIA |
A investigação de surtos deve-se à importância de conhecer os padrões de ocorrência da doença, à necessidade de interrupção da fonte de transmissão, limitação da disseminação, redução da gravidade do problema e estabelecimento de medidas de controle e prevenção de novos surtos. Objetivou-se descrever a experiência da investigação de surtos de parotidite infecciosa, caxumba, no município de Teresina-Piauí no ano de 2016. Trata-se de estudo descritivo retrospectivo do tipo relato de experiência. O início da investigação dos surtos ocorreu em janeiro de 2016 e foi motivado pelo aumento inesperado do número de atendimentos hospitalares por parotidite infecciosa. Como o referido agravo não é de notificação compulsória o município, por conta do cenário epidemiológico, optou por realizar a notificação de todos os casos individuais e definiu-se como surto para o referido agravo, a ocorrência de dois ou mais casos nos últimos 30 dias em um mesmo ambiente com a inserção de todos os surtos notificados no módulo surto do Sistema de Informação de Agravo de Notificação (SINAN). Além disso, foi deliberado pela gestão municipal a realização de intensificação vacinal com utilização da vacina tríplice viral nos ambientes de ocorrência dos surtos. De janeiro a dezembro de 2016 foram notificados e investigados 100 surtos de parotidite infecciosa com total de 560 pessoas acometidas e foram aplicadas 20967 doses da vacina tríplice viral. Durante o processo de investigação de cada surto, identificavam-se o número de suscetíveis e recomendavam-se medidas de prevenção e controle como orientação quanto ao modo de transmissão, período de incubação, manifestações clínicas, cuidados para evitar complicações e isolamento dos casos. Diante do exposto, acredita-se que pela magnitude dos surtos e do número de casos notificados/investigados, os dados levantados contribuíram para ratificar a relevância da investigação de surtos de doenças imunopreveníveis e também para a introdução da segunda dose da vacina tríplice viral na população de 20 a 29 anos de idade. |