ATRASOS NO CALENDÁRIO VACINAL DE CRIANÇAS NO ESTADO DO PIAUÍ: ESTUDO TRANSVERSAL EM DOIS MUNICÍPIOS
LÍGIA FERNANDA VIEIRA BORGES 1, FILIPE ANÍBAL CARVALHO COSTA1, JÉSSICA PEREIRA DOS SANTOS1, LÍVIA BETÂNIA VIEIRA BORGES 1
1. MS - Ministério da Saúde , 2. IOC/FIOCRUZ/PI - Escritório da Fundação Oswaldo Cruz/Fiocruz/PI , 3. SMS DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS/PI - Secretaria Municipal de Saúde de Nossa Senhora dos Remédios/PI
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O Programa Nacional de Imunização (PNI) ao longo dos seus 40 anos de existência obteve várias avanços, desde o planejamento de ações, capacitações de profissionais e introdução de novas vacinas. Tem sido observado nos últimos anos que houve uma tendência de redução nas coberturas vacinais, fator este que poderá contribuir para o ressurgimento de doenças já eliminadas, como o sarampo. Teve por objetivo caracterizar os atrasos do calendário vacinal para diferentes imunobiológicos em crianças dos municípios de Cajueiro da Praia e Novo Oriente, no Estado do Piauí. Foi realizado um estudo transversal incluindo 282 crianças com idade entre 0 a 23 meses e 29 dias, 173 crianças de Cajueiro da Praia e 109 crianças de Novo Oriente. Todos os domicílios com crianças menores de dois anos de idade foram visitados, a partir das informações fornecidas pela Estratégia de Saúde da Família. Os dados foram obtidos por média da aplicação de questionário com dados socioeconômicos e dados da caderneta vacinal da criança. A presença de atraso foi definida tomando–se por base o calendário de vacinação da criança recomendado pelo PNI. Ficou evidenciado que a frequência geral de atraso da caderneta vacinal da criança foi maior na 2ª dose da VTV(60,2%); 3ª dose da pneumocócica(46,6%); 1ª dose da pneumocócica(42,5%) e 3ª dose da VIP(39,8%), sendo a rotavírus com menor percentual de atraso. Ao analisar os atrasos por municípios, o bservou-se que Cajueiro da Praia apresentou maior índice de atraso vacinal, prevalecendo na zona rural, enquanto que em Novo Oriente, o atraso aconteceu na zona urbana. Os principais motivos relatados pela não vacinação foram: falta da vacina, dificuldade de acesso, fora da idade para tomar a vacina, vacina não estava agendada na caderneta vacinal, falta de tempo do responsável, posto fechado e várias injeções ao mesmo tempo. Das 282 crianças, 259(91,8%) a mãe era responsável pelos cuidados da criança. As crianças com responsáveis entre 18-21 e 41-60 anos e que tinha apenas o ensino fundamental apresentaram maior atraso vacinal. Com relação à realidade social observou-se que para todas as doses das vacinas pentavalente, VIP/VOP, rotavírus, além da 1ª dose das vacinas pneumocócica e tríplice viral houve maior frequência de atraso vacinal em famílias que recebiam o bolsa família. O estudo possibilitou conhecer a frequência de atraso vacinal das crianças e as dificuldades na gestão do serviço oferecido para a população, principalmente no município de Cajueiro da Praia.



Palavras-chaves:  Atraso vacinal, Calendário Vacinal, Vacinação