OCORRÊNCIA DE MUTAÇÃO KDR, ASSOCIADA À RESISTÊNCIA A PIRETRÓIDES EM Triatoma brasiliensis
JULIA DA CUNHA SANTOS 1, OTILIA SARQUIS1, ADEMIR DE JESUS MARTINS1
1. IOC/FIOCRUZ - Laboratório de Ecoepidemiologia da Doença de Chagas1,, 2. IOC/FIOCRUZ - Laboratório de Fisiologia e Controle de Artrópodes Vetores2,
sarquisotilia@gmail.com

Os triatomíneos da espécie Triatoma brasiliensis são os principais vetores da doença de Chagas no nordeste brasileiro.  O controle desses insetos é feito com borrifação seletiva de inseticidas nas casas infestadas. Esta estratégia tem se mostrado pouco eficaz devido ao curto período de reinfestação dos ecótopos tratados, provavelmente associado a fatores ecológicos e genéticos dos insetos. Os inseticidas piretróides, que são os empregados nas borrifações, atuam no canal de sódio regulado por voltagem ( Nav ) na membrana dos neurônios, impedindo a propagação normal do impulso nervoso causando hiperexcitabilidade, descoordenação e morte, fenômeno conhecido como knockdown . Em várias espécies de insetos a resistência está associada à presença de uma mutação no gene Nav , referida como kdr ( knockdown resistant ). Estamos investigando a presença da mutação kdr nas populações de T. brasiliensis de uma área rural do Estado do Ceará, regularmente tratada com inseticidas piretróides. Avaliação da diversidade nucleotídica foi feita por meio de extração do DNA do inseto, seguido de amplificação de parte do gene, purificação do amplicon e sequenciamento. Foram obtidas sequências do Na V de 25 espécimes de T. brasiliensis , dentre as quais, 9 apresentaram a clássica mutação kdr . Este é o primeiro registro de sequências de parte do gene Na v e da ocorrência da mutação kdr em T. brasiliensis . Tais achados sugerem fortemente que deve estar havendo pressão seletiva para seleção da mutação kdr e, portanto, atenção urgente deve ser voltada para investigação da efetividade das borrifações com piretróide como método de controle de triatomíneos na região.



Palavras-chaves:  Piretróides, Reinfestação, Resistência, Triatomíneos