Casos de leptospirose, no Estado de Pernambuco, do período de 2007- 2017: uma abordagem quantitativa
JÚLIA CALINA 1, JOSÉ RICARDO1, CAROLYNNE LOPES1, JOAQUIM LUIZ1, RENATA GABRIELA1, THALES WILLYS1
1. UNINASSAU - Centro Universitário Mauricio de Nassau
CALINAJULIA@YAHOO.COM.BR

A leptospirose é uma zoonose, transmitida, na maioria das vezes, quando a bactéria Leptospira interrogans , presente na urina de roedores, penetra ativamente, através de mucosas e lesões, na pele, dos pacientes. No Brasil, a doença é endêmica, em todas as unidades da federação, sendo um importante problema de saúde pública que, algumas vezes, apresenta surtos em determinadas épocas do ano. O objetivo desse estudo foi analisar as características epidemiológicas desse agravo, no estado de Pernambuco, no período de 2007 a 2017, através de um estudo seccional, com abordagem quantitativa, de dados obtidos através de notificações epidemiológicas, do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). O estudo foi feito com todos os casos notificados, de leptospirose, comprovados laboratorialmente e clínico epidemiologicamente, incluindo os óbitos notificados pelo agravo, em todas as faixas etárias, dos pacientes residentes e contaminados no Estado de Pernambuco, no período de 2007 a 2017 e avaliados quanto ao número de casos no período, evolução, mês dos primeiros sintomas, sexo acometido e ambiente da infecção. No período de 2007 a 2017 foram notificados 1214 casos, dos quais 10,3% foram a óbito pelo agravo notificado. Observou-se, ainda, que os meses com maior número de casos foram maio, junho e julho, com, respectivamente, 186,178,249 casos registrados. Dos registros, 78,4% dos casos foram em homens, desses casos, 66,2% ocorreu em área urbana e 34,8% dos casos de Pernambuco foram adquiridos em ambiente domiciliar. Nota-se, a partir disso, que a leptospirose apresentou nítida sazonalidade com os meses de maior índice pluviométrico, da região, isto é, chuvosos. Ocorreu, preferencialmente, no sexo masculino, o que pode estar associado a fatores ambientais e ocupacionais. Além disso, percebeu-se, que parte significativa dos pacientes adquiriram a doença em ambiente domiciliar, o que pode estar ligado à más condições de moradias e saneamento precário, o que potencializa o risco de contaminação. Dessa maneira, apesar das limitações, intrínsecas às pesquisas com dados secundários, percebe-se que esse agravo é influenciado por fatores socioambientais. Tornando, evidente, a necessidade de reavaliação da assistência ambiental e sanitária, do Estado, bem como da vigilância em saúde, para melhor coordenação dos programas de prevenção e controle desse agravo, a fim de evitar a ocorrência e os surtos sazonais da doença. 



Palavras-chaves:  Epidemiologia, Leptospirose , Saneamento Urbano