TEMPO ATÉ OS CUIDADOS INICIAIS DE SAÚDE E STATUS CLÍNICO, IMUNOLÓGICO E VIROLÓGICO ENTRE GRUPOS DIAGNOSTICADOS PARA INFECÇÃO PELO HIV POR DIFERENTES ESTRATÉGIAS EM SERVIÇOS CENTRALIZADO E DESCENTRALIZADO DO RECIFE/PE |
Para facilitar o diagnóstico e tratamento de pessoas ainda assintomáticas, a política anti-HIV no Brasil adotou o Teste Rápido (TR-HIV) e tratamento universal na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo deste estudo é comparar se a oferta do Teste Rápido (TR-HIV) em centro de testagem e aconselhamento (CTA) e unidades básicas de saúde (UBS), resulta em vantagens quanto ao tempo entre o diagnóstico e a primeira consulta com infectologista e até os exames laboratoriais, e quanto ao status clínico, virológico e imunológico. Estudo bidirecional, comparativo entre grupos independentes de pessoas testadas: CTA 2010-11; CTA 2013-16, e UBS 2013-16, admitidas para tratamento no serviço de atendimento especializado Recife (SAE). Para comparar variáveis quantitativas usamos o teste Kruskal-Wallis e para as categóricas, o Qui-quadrado de Pearson, aceitando diferenças estatisticamente significantes se p<0,05. Foram incluídos 626 indivíduos HIV+ distribuídos nos grupos de comparação. O tempo entre o diagnóstico e a primeira consulta com o infectologista foi três vezes maior para o grupo CTA 2013-16 (44 dias) que no grupo CTA 2010-11 (14 dias); e ainda maior para os diagnosticados nas UBS (69 dias), com diferença significante entre os grupos. O tempo para a primeira contagem de CD4 e Carga Viral foi menor para o grupo CTA 2013-16 comparado ao grupo CTA 2010-11 e ao grupo UBS 2013-16 (p = 0.0001 e 0.018). No grupo CTA 2013-16 25% dos participantes eram sintomáticos na primeira consulta e 50% eram sintomáticas no grupo UBS 2013-16 (p =0.001).Nos três grupos mais de 60% dos indivíduos tinham CD4 ≥350 cel/mm. A mediana de CV é duas vezes maior no grupo CTA 2013-16, sendo a diferença significante quando comparada ao grupo CTA 2010-11. As pessoas testadas nas UBS demoram mais para ter acesso à primeira consulta e exames e são diagnosticadas mais sintomáticas. A oferta de testagem para HIV e de cuidados especializados ainda precisa ser melhorada na rede básica para permitir o diagnóstico mais precoce da infecção. |