RASTREAMENTO DE FILARIOSE LINFÁTICA APÓS TRATAMENTO EM MASSA COM DIETILCARBAMAZINA EM OLINDA.
PAULA OLIVEIRA 2,1, CYNTHIA BRAGA2,1, ABRAHAM ROCHA2,1, AMÉLIA MACIEL2,1
1. IAM - Instituto Aggeu Magalhães, 2. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
PAULLINHA_OLIVEIRA13@HOTMAIL.COM

A filariose linfática (FL) ocupa o ranking mundial das doenças incapacitantes há cerca de 20 anos. É uma doença tropical negligenciada que pode ser causada por três espécies de vermes filariais – Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori . Ocorre em 73 países, sendo estimado em 108 milhões o número de infectados por W. bancrofti. O município de Olinda, situado no estado de Pernambuco, constitui uma das principais áreas endêmicas de FL no Brasil. Ao final da década de 1990, um inquérito de FL realizado mostrou prevalências de microfilaremia entre 2 a 9%, confirmando a gravidade do problema no município. Com base nesses dados, o programa de controle da filariose linfática do município de Olinda, seguindo recomendações do Programa Global de Eliminação da Filariose Linfática, foi iniciado em 2005, tendo-se instituído ações de tratamento em massa (MDA), com doses únicas anuais de dietilcarbamazina (DEC). O objetivo do estudo foi avaliar o impacto do tratamento em massa com doses anuais de DEC por meio da prevalência de antigenemia filarial no município de Olinda, entre os anos de 2015-2016. Realizou-se inquérito porta a porta para realização de pesquisa antigênica no universo de crianças, com idade entre 5 a 7 anos, em quatro bairros submetidos ao MDA. Nos bairros não submetidos ao MDA, realizou-se inquérito amostral de base populacional na população com idade acima de cinco anos. A infecção filarial foi testada pelo teste imunocromatográfico do cartão (ICT). Das 1.345 crianças na faixa etária do estudo residentes nas áreas tratadas, 1.170 (87%) foram examinadas. Entre as examinadas, 596 (51%) eram do sexo masculino, tinha média de idade de 5,9.±0,7 anos e todas foram negativas para a pesquisa de antígeno. Nos bairros não submetidos ao tratamento em massa, dos 640 domicílios selecionados, 580 foram localizados e em 322 foi realizado ICT nos moradores. Nesses domicílios havia 998 moradores elegíveis, 990 (99%) foram examinados, dos quais 60% foram do sexo feminino e tinham média de idade de 39 anos (amplitude: 5-93) e todos foram negativos pelo ICT. Assim, com a ausência de infecção filarial nas populações estudadas, podemos concluir que a transmissão filarial foi interrompida na área submetida ao MDA e que não houve expansão da infecção para a área não submetida ao MDA. Estudos entomológicos de campo são necessários para confirmar a eliminação da doença.



Palavras-chaves:  Antígeno, Dietilcarbamazina, Epidemiologia, Filariose Linfática, Wuchereria bancrofti