PROTEÍNA P21: UMA ESTRATÉGIA EVOLUTIVA DE Trypanosoma cruzi
THAISE LARA TEIXEIRA1, CASSIANO COSTA RODRIGUES1, ALINE ALVES DA SILVA1, SAMUEL COTA TEIXEIRA1, BRUNA CRISTINA BORGES1, MARLUS ALVES DOS SANTOS1, FLÁVIA ALVES MARTINS1, CLAUDIO VIEIRA DA SILVA1
1. UFU - Universidade Federal de Uberlândia
cassiomg30@gmail.com

A P21 é uma proteína exclusiva de Trypanosoma cruzi e pode ser secretada por todas as formas evolutivas deste protozoário. Estudos prévios utilizando a forma recombinante da P21 (rP21), demonstraram um espectro de atividades biológicas desta proteína como: atividade pró fagocítica, indução da polimerização do citoesqueleto de actina, quimiotaxia de leucócitos e inibição da formação de vasos sanguíneos. No entanto, o papel da proteína P21 no contexto da infecção pelo T. cruzi permanecia desconhecido. Assim, neste estudo, nós objetivamos demonstrar o papel espécie-específico da proteína P21 na infecção crônica por T. cruzi comparando com a infecção por outro parasito pertencente à mesma família, Leishmania (L.) amazonensis, em modelo experimental in vivo .   Para isso, inicialmente, determinamos a estabilidade da rP21 em soro murino para verificar se a rP21 poderia ser utilizada como tratamento em camundongos. A partir disso, infectamos por via subcutânea 4 grupos de camundongos ( Mus musculus , BALB/c), sendo dois grupos com T. cruzi e os outros dois com L. (L.) amazonensis . Os animais foram tratados com rP21 ou PBS a cada 72 horas, ao longo de seis semanas. Após este período, os camundongos foram eutanasiados e as patas, os linfonodos popliteais, os baços e os corações foram coletados para diferentes análises: carga parasitária, análise histopatológica, fibrose, contagem do número de vasos sanguíneos, bem como, dosagem de anticorpos no soro. Além disso, analisamos o ciclo celular de ambos os parasitos na presença da rP21 por citometria de fluxo. Nossos resultados mostram que a rP21 é estável na presença de soro murino, sem prejuízo de suas funções biológicas. Além disso, nos camundongos infectados com L. (L.) amazonensis , a rP21 provocou aumento da carga parasitária nas patas. Por outro lado, no grupo infectado pelo T. cruzi , a rP21 reduziu a carga parasitária, inibiu a angiogênese e aumentou a fibrose no tecido cardíaco. E ainda, a rP21 foi capaz de controlar o ciclo celular das formas replicativas de T. cruzi, o que não ocorreu com L. (L.) amazonensis . Vimos também que a dosagem de anticorpos se manteve estável ao longo das 6 semanas. Assim, a redução da carga parasitária não ocorreu devido a resposta imune humoral. Portanto, n ossos dados sugerem que a proteína P21 tem um papel específico na patogênese da cardiomiopatia chagásica crônica, representando uma estratégia de sobrevivência do parasito no hospedeiro.

Apoio financeiro : UFU, CAPES, CNPq.



Palavras-chaves:  Doença de Chagas, Trypanosoma cruzi, proteína P21, fibrose , angiogênese