DIAGNÓSTICOS COMBINADOS DE RIFI E PCR PARA CONFIRMAÇÃO DE CASOS DE FEBRE MACULOSA: RELATO DE CASOS
ANA ÍRIS DE LIMA DURÉ1, CRISTIANE FARIA DE OLIVEIRA SCARPONI1, MARCOS VINÍCIUS FERREIRA SILVA1, TALITA ÉMILE RIBEIRO ADELINO1
1. FUNED - Fundação Ezequiel Dias
ana.dure@funed.mg.gov.br

A febre maculosa brasileira (FMB) é uma doença aguda e de elevada morbidade, causada pela bactéria  Rickettsia ricketsii transmitida por carrapatos infectados. A reação de imunofluorescência indireta (RIFI) é o método sorológico mais utilizado para a pesquisa de anticorpos específicos (IgM e IgG) para FMB e a mais disponível na rotina laboratorial com altas sensibilidade e especificidade. Sabe-se, contudo, que existe um período de janela imunológica, na qual os anticorpos podem não ser detectáveis. Em geral, a RIFI é recomendada para amostras coletadas a partir do sétimo dia do início dos sintomas e confirmadas por meio de uma nova amostra colhida 15 a 21 dias após a primeira, na qual observa-se um aumento no título das imunoglobulinas com a evolução da doença. Por outro lado, as reações em cadeia pela polimerase (PCR) são eficazes nos primeiros 7 dias e confirmatórias quando positivas. Quanto mais precoce a coleta das amostras, maiores as chances de se detectar as bactérias diretamente e menor a detecção dos anticorpos específicos. Com a implantação do PCR, houve um aumento significativo da sensibilidade para detecção da doença, porém com possibilidade de resultados falso negativos devido ao curto período de bacteremia. Na rotina laboratorial, a data de início de sintomas e o desfecho da FMB constituem os fatores determinantes para a escolha de um ou outro método a ser empregado no diagnóstico. Todavia, o Laboratório Central de Saúde Pública de Minas Gerais optou por realizar RIFI e PCR para todos os casos suspeitos desta doença com coleta de amostras inferior a 12 dias. Este trabalho relata 2 casos de pacientes positivos, empregando-se as duas metodologias (sorologia e PCR) no total de 43 pacientes com suspeita clínica de FMB. No primeiro caso, um paciente do sexo masculino com 60 anos de idade, procedente da região Centro-Oeste de Minas Gerais, teve a amostra colhida com 11 dias do início de sintomas, apresentando sorologia positiva com título 1:512 para R. rickettsii e resultado detectável por PCR em tempo real. No segundo caso, outro paciente que foi a óbito, também do sexo masculino com 29 anos de idade, procedente do estado Espírito Santo, teve sua amostra colhida com 2 dias, sendo positivo por ambas as metodologias e RIFI 1:128. Observou-se que a PCR foi uma importante ferramenta para confirmação de casos suspeitos de FMB, principalmente paciente sob risco de óbito, sugerindo-se a extensão do prazo de coleta de amostras para superior a 10 dias.



Palavras-chaves:  Febre Maculosa, imunofluorescência indireta, PCR