CONTRIBUIÇÃO DA FAMÍLIA NA ADESÃO DO PACIENTE AO TRATAMENTO DA TUBERCULOSE |
Sabe-se que em se tratando de adesão ao tratamento da tuberculose, a família ocupa um papel fundamental que pode influenciar positiva ou negativamente no desfecho do tratamento da doença. Assim, objetivou-se analisar o discurso dos Enfermeiros da Atenção Primária à Saúde relacionado à contribuição da família do paciente na adesão ao tratamento da tuberculose. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, realizado no município de Cabedelo/PB, entre agosto e setembro de 2016 com sete Enfermeiros de Unidades Básicas de Saúde da Família, através de entrevistas audiogravadas, transcritas e analisadas sob os referenciais da Análise de Discurso de linha francesa. O corpus foi construído a partir da questão norteadora: qual à contribuição da família frente a adesão ao tratamento da tuberculose? No recorte textual ao ser perguntado sobre estratégias para alcançar a adesão ao tratamento da tuberculose, respondeu: “Então quando a gente não consegue junto ao paciente, vai buscar apoio junto a família. (E4)”. Percebe-se através da análise de discurso que o enfermeiro produz sentidos que identificam no componente familiar uma instancia de apoio para a alcançar a adesão ao tratamento. Porém, no mesmo fragmento textual, encontra-se marcas em que o enfermeiro encara o envolvimento do familiar como alternativo, após fracasso. Estudos apontam que o abandono do tratamento da TB relaciona-se, dentre outros fatores, a falta de apoio familiar e de orientação no uso dos serviços de saúde. Outro estudo considera que a família deve ser tida como um espaço de relações de cuidado, sendo indispensável que a equipe de saúde responsável por elaborar e executar o projeto terapêutico, favoreça, para que também esteja envolvida de forma ativa neste processo, tanto o doente de TB quanto sua família. Pode-se afirmar que a estratégia de envolver a família é positiva, para que se alcance a adesão tratamento da TB e deve ser adotada desde o início do tratamento, independentemente de ser um caso com maior ou menor risco de abandono do tratamento. Entende-se que deve ser usada por padrão e não por alternativa final e emergencial, como constrói o discurso na segmentação acima. |