ACONSELHAMENTO DO TESTE RÁPIDO ANTI-HIV NA DESCENTRALIZAÇÃO PARA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA
FABRÍCIO NUNES RODRIGUES1, ANNE CAROLINNE MARIE DOS SANTOS GOMES1, JORDANA DE ALMEIDA NOGUEIRA1, SANDRA APARECIDA DE ALMEIDA1, GLAYDES NELY SOUZA DA SILVA1, DÉBORA RAQUEL SOARES GUEDES TRIGUEIRO 1
1. FACENE - FACULDADES NOVA ESPERANÇA, 2. UFPB - UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA
glaydesnely@hotmail.com

A descentralização das ações de enfrentamento da epidemia de HIV/Aids para rede de atenção básica vem ocorrendo de maneira progressiva. Dentre as ações, destaca-se a testagem anti-HIV que é concebida pelos profissionais como um procedimento de difícil incorporação à rotina, em especial no que diz respeito ao aconselhamento pré e pós-teste, por se tratar de um processo complexo e dinâmico, dificultando sua implementação. Considerando esse entrave, o objetivo do estudo foi analisar a realização do aconselhamento do teste rápido anti-HIV pelo enfermeiro na estratégia saúde da família. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva com abordagem qualitativa, realizada nas Unidades de Saúde da Família pertencentes ao Distrito Sanitário III em João Pessoa-PB, com uma amostra de 15 enfermeiros. Para coleta de dados no mês de fevereiro de 2016, utilizou-se u m roteiro de entrevista semiestruturada, posteriormente i nterpretado a partir da Técnica de Análise de Conteúdo que gerou três categorias temáticas: vivência do teste rápido com destaque do componente emocional dos usuários; agendamento do teste como obstáculo para demanda espontânea; e tensão e insegurança dos profissionais diante do resultado positivo para o HIV. A partir dos dados, evidenciou-se que os profissionais vivenciaram a realização do teste em suas unidades, apresentando o componente emocional dos usuários, a exemplo de ansiedade e medo, como fator evidente no momento do procedimento. Os resultados revelam um obstáculo de acesso do usuário para a realização do teste rápido pelo fato dos enfermeiros afirmarem que há agendamento do exame dentro das unidades, não sendo pelo fluxo contínuo da necessidade. Revelou-se, ainda, que o aconselhamento na concepção dos profissionais está voltado para explicar o processo de diagnóstico e preparar emocionalmente o usuário para a descoberta de uma doença estigmatizante e que os enfermeiros não se sentem aptos a comunicar um resultado positivo para o usuário por se sentirem inseguros, o que justifica o fato de não realizarem o exame sozinhos, mas na companhia de outro membro da equipe. Alerta-se para a necessidade de investimentos sobre o profissional para realizar de forma adequada o aconselhamento pré e pós teste, assegurando ao usuário resolutividade da assistência e comprometimento com a educação dialógica da comunidade com seus respectivos fatores de vulnerabilidade.



Palavras-chaves:  Aconselhamento, Aids, Atenção Primária à Saúde, HIV, Diagnóstico