MODELAGEM E SIMULAÇÃO DA DOENÇA DE CHAGAS: ANÁLISE SOBRE MEDIDAS DE CONTROLE
EDNEIDE FLORIVALDA RAMOS RAMALHO 1, CLARA PRATS SOLER1, JONES OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE1, CLÁUDIO TADEU CRISTINO1, VIRGÍNIA MARIA BARROS DE LORENA1, DANIEL LÓPEZ CODINA1
1. UFRPE - Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2. UPC - Universitat Politècnica de Catalunya - BarcelonaTech, 3. LIKA - Laboratório de Imunopatologia Keizo Asami, 4. FIOCRUZ PE - Fundação Oswaldo Cruz
edneide.ramalho@gmail.com

Introdução: Embora o Brasil tenha recebido a Certificação Internacional de Eliminação da Transmissão da Doença de Chagas pelo Triatoma infestans em 2006, outras espécies como o Triatoma brasilienses , Triatoma pseudomaculata e Pastrongylus lutzi apresentam um risco para a manutenção da infecção. Objetivos: Avaliar e quantificar o efeito de estratégias de controle combinadas para a eliminação da transmissão em humanos. Desenho do estudo: O estudo considera uma comunidade, como as do interior Pernambuco – com a presença de triatomíneos. Consideram-se dois ambientes: peridomicílio e intradomicílio, entre os quais os triatomíneos podem se movimentar. No ambiente peridomiciliar consideramos a presença de hospedeiros competentes e não-competentes e, no intradomicílio, humanos e animais domésticos. Três estratégias de controle vetorial foram testadas: 1 - melhoria da qualidade das residências, 2 - utilização de inseticidas residuais no interior das casas e, 3 - utilização de redes nas janelas e portas; além disso, avaliamos o efeito de tratamento de mulheres em idade reprodutiva para o controle de transmissão vertical. Métodos: Para simular os cenários relacionados às mediadas de controle utilizamos um modelo epidemiológico compartimental – dividindo a população em dois estados epidemiológicos: 1 - suscetíveis ou 2 - infectados com o parasita Trypanosoma cruzi. Os dados utilizados para a simulação são oriundos da literatura. Resultados principais: Os resultados das simulações demonstram que, ainda que as medidas de controle vetorial possam reduzir o número de triatomíneos dentro das casas, a infecção pode persistir por muitos anos na população, sendo necessário a realização de medidas de diagnóstico e tratamento, especialmente em mulheres em idade fértil, evitando, assim, transmissão congênita e complicações a longo prazo. Além disso, as medidas de controle vetorial devem ser mantidas por um longo período de tempo, sendo que sua interrupção provoca a reinfestações/reinvasões de triatomíneos e, consequentemente, um aumento no número de novos casos. Discussão: Além da manutenção das medidas de controle vetoriais, detecção e tratamento de infectados, comunicação e educação da população sobre a enfermidade é de fundamental importância. Conclusões: Com as informações adequadas e colaboração multidisciplinar, os modelos epidemiológicos se mostram ferramentas valiosas para compreender os efeitos das medidas de controle, auxiliando no processo de tomada de decisão.



Palavras-chaves:  epidemiologia matemático-computacional, estratégias de controle, tratamento, triatomíneos