INVESTIGAÇÃO DE ARBOVIROSES NA SÍNDROME EXANTEMÁTICA DA GRAVIDEZ EM UMA INSTITUIÇÃO DE REFERENCIA LABORATORIAL EM DOENÇAS INFECCIOSAS
CONSUELO SILVA DE OLIVEIRA1,2, HAROLDO JOSE DE MATOS1,2, FRANCISCO LUZIO DE PAULA RAMOS1,2, ANA YECE DAS NEVES PINTO1,2, MARCELLA CRUZ FRAIHA1,2, LUNA THAIS SOUZA GOMES1,2, DEBORAH SILVA NUNES1,2, EMILENE MONTEIRO FURTADO SERRA1,2, JULIANA ABREU LIMA1,2, ALANA WATANABE DE SOUZA ALANA WATANABE DE SOUZA1,2, MAURA VIANA ANJOS1,2, PEDRO FERNANDO DA COSTA VASCONCELOS1,2
1. IEC - INSTITUTO EVANDRO CHAGAS, 2. UEPA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARA
oliveiraconsuelo@terra.com.br

Os arbovírus são agentes infecciosos emergentes com ampla dispersão geográfica nos últimos 50 anos e com grande potencial epidêmico. A recente epidemia pelo vírus Zika nas Américas e a identificação da síndrome congênita do zika alertou a importância dos estudos com os arbovírus na gravidez. Quanto ao vírus Chikungunya a transmissão vertical ocorre quase que exclusivamente no intraparto de gestantes virêmicas, que pode evoluir com complicações de hemorragias e comprometimento do sistema nervoso central do concepto. O vírus Dengue está associado ao risco de aborto espontâneo, morte fetal e prematuridade. O presente estudo se propõe a elucidar a etiologia de um grupo grávidas (308) atendidas no período de outubro de 2015 a março de 2018, com síndrome exantemática, independente da idade gestacional com objetivos de estimar a incidência infecção dos arbovirus em grávidas com síndrome exantemática, estimar a co infecção com outros agentes infecciosos na gravidez e identificar o método laboratorial mais sensível para o diagnóstico das arboviroses relacionando com o tempo de doença. Após a avaliação clínica, o aceite de participação (TCLE) foi aplicado um questionário para obtenção de informações clínicos e epidemiologicos e posteriormente submetida a coleta de espécimes clínicos (sangue) para a investigação laboratorial de agentes infecciosos como o Citomegalovírus, Rubéola, Toxoplasmose, Sífilis e Parvovírus B19 e dos arbovírus Zika, Chikungunya e Dengue. Os espécimes clínicos (sangue e/ou soro) coletadas até o 5° dia do início dos sintomas foram processados pelos testes de biologia molecular (RT-PCR) e após os 7 dias do início dos sintomas foram realizados os testes sorológicos pelo método de ELISA. Houve a confirmação laboratorial de infecção pelo vírus Zika em 134 grávidas, 06 para Dengue e em 15 gestantes o vírus Chikungunya. Registraram-se ainda 126 casos indeterminados pela reação cruzada entre o vírus Zika e Dengue, e todas foram negativas para os outros agentes infecciosos pesquisados. Não houve casos de co infecção e a técnica de biologia molecular (RT PCR) mostrou-se o método mais sensível para o diagnóstico das arboviroses. Estes achados justificam a inclusão dos arbovirus na investigação de síndrome exantemática na gravidez com base no cenário epidemiológico da região sob estudo com a co-circulação de arbovirus emergentes e re-emergentes e as diferenças regionais nos desfechos da gravidez e as complicações para o concepto.



Palavras-chaves:  arbovirus, exantema, gravidez, infecção, transmissão vertical