INVESTIGAÇÃO DE ARBOVIROSES NA SÍNDROME EXANTEMÁTICA DA GRAVIDEZ EM UMA INSTITUIÇÃO DE REFERENCIA LABORATORIAL EM DOENÇAS INFECCIOSAS |
Os arbovírus são agentes infecciosos emergentes com ampla dispersão geográfica nos últimos 50 anos e com grande potencial epidêmico. A recente epidemia pelo vírus Zika nas Américas e a identificação da síndrome congênita do zika alertou a importância dos estudos com os arbovírus na gravidez. Quanto ao vírus Chikungunya a transmissão vertical ocorre quase que exclusivamente no intraparto de gestantes virêmicas, que pode evoluir com complicações de hemorragias e comprometimento do sistema nervoso central do concepto. O vírus Dengue está associado ao risco de aborto espontâneo, morte fetal e prematuridade. O presente estudo se propõe a elucidar a etiologia de um grupo grávidas (308) atendidas no período de outubro de 2015 a março de 2018, com síndrome exantemática, independente da idade gestacional com objetivos de estimar a incidência infecção dos arbovirus em grávidas com síndrome exantemática, estimar a co infecção com outros agentes infecciosos na gravidez e identificar o método laboratorial mais sensível para o diagnóstico das arboviroses relacionando com o tempo de doença. Após a avaliação clínica, o aceite de participação (TCLE) foi aplicado um questionário para obtenção de informações clínicos e epidemiologicos e posteriormente submetida a coleta de espécimes clínicos (sangue) para a investigação laboratorial de agentes infecciosos como o Citomegalovírus, Rubéola, Toxoplasmose, Sífilis e Parvovírus B19 e dos arbovírus Zika, Chikungunya e Dengue. Os espécimes clínicos (sangue e/ou soro) coletadas até o 5° dia do início dos sintomas foram processados pelos testes de biologia molecular (RT-PCR) e após os 7 dias do início dos sintomas foram realizados os testes sorológicos pelo método de ELISA. Houve a confirmação laboratorial de infecção pelo vírus Zika em 134 grávidas, 06 para Dengue e em 15 gestantes o vírus Chikungunya. Registraram-se ainda 126 casos indeterminados pela reação cruzada entre o vírus Zika e Dengue, e todas foram negativas para os outros agentes infecciosos pesquisados. Não houve casos de co infecção e a técnica de biologia molecular (RT PCR) mostrou-se o método mais sensível para o diagnóstico das arboviroses. Estes achados justificam a inclusão dos arbovirus na investigação de síndrome exantemática na gravidez com base no cenário epidemiológico da região sob estudo com a co-circulação de arbovirus emergentes e re-emergentes e as diferenças regionais nos desfechos da gravidez e as complicações para o concepto. |