ANÁLISE DA TENDÊNCIA DE HANSENÍASE NO BRASIL E NO ESTADO DO MARANHÃO EM MENORES DE 15 ANOS, ENTRE 2008 E 2017
ANA RACHEL PEREIRA BRAZ1, LETÍCIA ISABEL FONTES DO NASCIMENTO 1, DÉBORA GASPARINI CARAN1, BRENA SUANNE CARVALHO FERNANDES1, RAFAEL GOMES DOS SANTOS1, BRUNO LUCIANO CARNEIRO ALVES DE OLIVEIRA (ORIENTADOR)1
1. UFMA - Universidade Federal do Maranhão
leticiafontes01@hotmail.com

A Hanseníase é uma doença crônica infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae , um parasita intracelular obrigatório, que apresenta tropismo por células de Schwann. Sua transmissão ocorre por meio do contato com gotículas da saliva de um indivíduo contaminado; ou ainda, através do contato direto da pele com as feridas dos doentes. O número de casos em menores de 15 revela a situação de endemicidade de um determinado lugar, assim expõe a necessidade da vigilância e controle local da doença. Nesse sentido, este estudo buscou analisar a tendência das taxas de incidência e prevalência de hanseníase no Brasil e no Maranhão, no período de 2008 a 2017 em pessoas menores de 15 anos. Trata-se de um estudo ecológico baseado em dados secundários disponíveis online, obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS). Foram excluídos os menores de 1 ano. Foram calculadas a taxa de incidência e prevalência e compararam-se suas distribuições entre os anos, entre o Brasil e o Maranhão. Observou-se que, na década em estudo ocorreram 22.731 casos no Brasil, sendo cerca de 16% (3.616) ocorridos no Maranhão. Observou-se redução nacional de mais de 50% em relação aos casos novos, com uma redução de 175 casos/ano e; a nível estadual evidenciou-se redução discreta com significativas flutuações. Em contrapartida, ocorreu conservação da endemia no estado, apesar das taxas de incidência apresentarem assimetria negativa na maior parte do período analisado. A tendência estadual apontou períodos de crescimento das taxas, como entre os anos de 2008 e 2010; já a brasileira, apontou menor variabilidade das taxas a nível nacional. No Maranhão, houve redução importante do valor bruto, porém menor que a nível nacional, contando com uma diferença de 35,8% entre os anos de 2017 e 2008. Uma redução significativa ocorrida pontualmente entre os anos de 2012 e 2013, sugere que o repasse de verbas de 2011, pela Portaria Ministerial nº 2.556, para 62 municípios prioritários, apresentou eficácia. Contudo, há evidências que as verbas destinadas para tais fins não impactaram na epidemiologia da Hanseníase. A alta endemicidade implica a necessidade de intensificar as estratégias de tratamento e a busca ativa, atuando sobre determinantes sociais e econômicos que influenciam estes indicadores, além de avaliar as atuais medidas que estão sendo aplicadas frente ao problema exposto.

 



Palavras-chaves:  Adolescentes, Crianças, Epidemiologia, Hanseníase