ENSAIO IMUNOENZIMÁTICO INDIRETO NO DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA POR LEISHMANIA (VIANNIA) BRAZILIENSIS NO RIO DE JANEIRO - BRASIL
ELIAME MOUTA-CONFORT 2, ARMANDO DE O SCHUBACH2, MARIA DE FÁTIMA MADEIRA2, ALINE FAGUNDES DA SILVA2, MARIA INÊS FERNANDES PIMENTEL 2, CLÁUDIA MARIA VALETE-ROSALINO2, LEONARDO PEREIRA QUINTELLA2, RAQUEL DE VASCONCELLOS CARVALHAES DE OLIVEIRA 2, ANDREIA ALVES MARCOLINI2, ANA PAULA T BARROSO-FREITAS2, MAURO CÉLIO DE ALMEIDA MARZOCHI2
2. INI - FIOCRUZ - Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas - Fundação Oswaldo Cruz, 3. SES - RJ - Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Vigilância Epidemiológica, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 4. SEEDUCRJ - Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, RJ, Brasil., 5. CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 6. FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
eliame.mouta@ini.fiocruz.br

Diversas espécies de Leishmania podem causar leishmaniose tegumentar americana (LTA). No Brasil, Leishmania (Viannia) braziliensis é a espécie mais prevalente. Testes sorológicos são pouco empregados no diagnóstico da LTA por se considerar baixa a produção de anticorpos séricos específicos durante a LTA ativa. Entretanto, nas formas mucosas com ou sem o acometimento concomitante de pele (LCM) a produção de anticorpos é moderadamente mais elevada que na forma cutânea (LC) da LTA. Este trabalho tem por objetivo avaliar parâmetros de acurácia do ensaio imunoenzimático indireto (ELISA), com antígeno de L. (V.) braziliensis em soros de pacientes sob investigação diagnóstica para LTA, seus diagnósticos diferenciais e comparar com outros testes diagnósticos. Foram incluídos: 150 pacientes, grupo I , LTA , com um ou mais resultados positivos por métodos parasitológicos (visualização de formas amastigotas por exame direto ou histopatológico, isolamento de formas promastigotas em cultura), ou reação em cadeia da polimerase (PCR) e 103 indivíduos, grupo II , controle, com outro diagnóstico confirmado. Comparou-se a sensibilidade do ELISA com a de cada um dos métodos parasitológicos, PCR e com o teste cutâneo de Montenegro (MST). No ELISA encontraram-se sensibilidade de 94,7%, especificidade de 95,1% e valores preditivos, positivo e negativo respectivamente de 96,6% e 92,4%. A média de densidade ótica dos ELISA de LCM (1,253 + 0,304) foi maior que a de LC (1,03 + 0,34) (p-valor=0,009). As sensibilidades da PCR (91,2%) e MST (92,3%) foram percentualmente muito próximas a do ELISA; a sensibilidade do isolamento em cultura, do exame histopatológico e do exame direto foram respectivamente, 76%; 63,9% e 49,3%. A associação MST/ELISA em paralelo eleva em alguns pontos percentuais a sensibilidade de ambos. É importante ressaltar que atualmente, no Brasil, há aproximadamente três anos, o MST não é distribuído na rede de saúde, não havendo previsão de retorno. Os parâmetros de acurácia do ELISA indicam um bom desempenho do teste para o diagnóstico da LTA. Na ausência de demonstração de Leishmania na lesão, um ELISA positivo associado a evidências clínico/epidemiológicas deve ser valorizado.



Palavras-chaves:  Diagnóstico, ELISA, Imunodiagnóstico, Leishmaniose Tegumentar, Leishmania (Viannia) braziliensis