COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES E INFECÇÃO NATURAL DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE) POR LEISHMANIA SPP. EM ÁREAS URBANAS E PERIURBANAS DE PORTO VELHO, RONDÔNIA, BRASIL.
MICHELLI SANTOS DA SILVA1, ANTÔNIO MARQUES PEREIRA JÚNIOR1, GENIMAR REBOUÇAS JULIÃO 1, JANSEN FERNANDES MEDEIROS1
1. FIOCRUZ RONDÔNIA - Laboratório de Entomologia, Fundação Oswaldo Cruz - Escritório de Rondônia, 2. PGBIOEXP - UNIR - Programa de Pós-Graduação em Biologia Experimental, Fundação Universidade Federal de Rondônia, 3. INCT/EPIAMO - Instituto Nacional de Epidemiologia da Amazônia Ocidental
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Os flebotomíneos são pequenos dípteros com importância médica por atuarem como vetores de protozoários do gênero Leishmania . Esses insetos são encontrados principalmente em ambientes florestais na Amazônia, porém atividades antrópicas como construção de hidrelétricas, construção de estradas, abertura de pastagens, atividades de mineração, comercialização de madeira, podem estar contribuindo para a adaptação de vetores a outros ambientes na região. Rondônia é endêmico para Leishmaniose Tegumentar, e desde 2007 tem sido registrada uma média de 1.000 casos anualmente. O estado também apresenta uma fauna de flebotomíneos diversa, apesar das informações sobre vetores no município de Porto Velho constituírem uma lacuna. Portanto, esse estudo visa avaliar a fauna de flebotomíneos e a taxa de infecção desses insetos por Leishmania em áreas urbanas e periurbanas da cidade. A captura desses insetos foi realizada em seis pontos da área urbana e periurbana da cidade de Porto Velho. As coletas foram realizadas com armadilhas luminosas CDC e BG Sentinel com atração por CO 2 instaladas das 18:00 às 06:00h, durante três dias de coleta, em três ambientes: intradomiciliar, peridomiciliar e borda de floresta. No total foram coletados 71 indivíduos, sendo 42 fêmeas e 29 machos, identificados em 15 espécies. As espécies mais representativas até o momento foram Nyssomyia antunesi (28 indivíduos), Bichromomyia flaviscutellata (10) e Psychodopygus davisi (5); essas espécies são consideradas vetores no Brasil. Os pontos localizados nas áreas periurbanas apresentaram maior número de indivíduos coletados em relação a área urbana (61 e 10 exemplares, respectivamente). Dentre as 20 amostras analisadas por PCR nenhuma amplificou para o fragmento de 120 pb da região do minicírculo do kDNA de Leishmania spp. A presença de espécies consideradas vetores pode servir como importante fator para possíveis ciclos de transmissão na região estudada, e mais coletas estão sendo realizadas para verificar possíveis infecções desses insetos por Leishmania spp.



Palavras-chaves:  Amazônia, Leishmaniose, Vetores