EXPERIÊNCIA NO ENFRENTAMENTO DA EPIDEMIA DE FEBRE AMARELA NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (ES), BRASIL, 2017
CAROLINE GAVA 1, THERESA CRISTINA CARDOSO DA SILVA1, TÁLIB MOYSÉS MOUSSALLEM1, KARLA SPANDL ARDISSON1, CLEMILDA SOARES MARQUES1, GILTON LUIZ ALMADA1, GILSA APARECIDA PIMENTA RODRIGUES1, SÉRGIO LUCENA MENDES1, ETHEL LEONOR MACIEL1, LUIS ANTONIO BASTOS CAMACHO1
1. ENSP/FIOCRUZ - Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, 2. SESA-ES - Secretaria do Estado de Saúde do Espírito Santo , 3. UFES - Universidade Federal do Espírito Santo
gavascarol@gmail.com

A Febre Amarela (FA) é uma arbovirose que classicamente causa febre hemorrágica cujos casos graves alcançam letalidade de 50%. Seu controle exige ações articuladas das vigilâncias de epizootias, casos humanos, entomologia e imunização e logística para demandas assistencial e laboratorial. Objetivo. Descrever a estruturação do ES para ações de controle na epidemia de 2017. Metodologia. Estudo descritivo das ações implementadas pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA-ES). Resultados. As epizootias e casos humanos foram notificados em janeiro/17, nos municípios de Ibatiba (sudoeste) e Colatina (noroeste). Foi instituído o Centro de Operações em Emergências em Saúde Pública (COES-ES) com equipe do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, das Vigilâncias Epidemiológica e Ambiental, Imunização, do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana da Saúde. Nas primeiras confirmações (19/01/17), iniciou-se a vacinação onde havia casos humanos e/ou epizootias e posteriormente em ‘áreas ampliadas’ (municípios vizinhos), alcançando todo o ES em 30 dias. O COES-ES adotou definição de caso ampliada, dispensando icterícia e/ou hemorragia para caso suspeito. Criou-se ficha complementar à do SINAN com dados clínicos-laboratoriais para coleta de dados. As notificações eram diariamente consolidadas e produzidos informes para divulgação. As vigilâncias entomológica e ambiental municipais foram capacitadas para controle vetorial e captura de primatas não-humanos (PNH). Houve treinamentos para detecção de casos, conduta clínica e coleta de exames. No hospital de referência foi criada enfermaria e leitos em UTI para os graves. O encerramento dos casos era feito em comitê médico da vigilância. Houve parceria com a Universidade Federal do ES na investigação de epizootias. Conclusões. O apoio externo foi essencial para ações oportunas. A análise sugere falha na detecção de epizootias (normalmente precedem os humanos). A vacinação maciça, organizada agilmente foi eficaz. O treinamento da vigilância e assistência, aliado à definição de caso, proporcionou maiores detecção de formas leve/moderada e rapidez na assistência aos graves, resultando em menor letalidade quando comparado com outras regiões. A imunização e controle vetorial em áreas urbanas certamente ajudou a evitar a reurbanização da FA. O ES logrou êxito na epidemia com rápida resposta, levando a desfecho mais ameno entre humanos que com PNH, onde inexistem medidas de prevenção.



Palavras-chaves:  Vigilância em Saúde, Febre Amarela, Arboviroses, Imunização, Epizootias