AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE PONTUAÇÃO COMO REFERÊNCIA DIAGNÓSTICA DE TUBERCULOSE INFANTIL
FERNANDA P. BARRA1, HALANA SALLES AMORIM TAVARES SIAS 1, CHRISTIANE MELLO SCHMIDT1, CAMILA DE PAULA MARTINS 1, ANA PAULA BARBOSA1, ANA PAULA QUINTANILHA1, SELMA MARIA A.SIAS1, CLEMAX C. SANT`ANNA1, CLAUDETE A. ARAÚJO CARDOSO1
1. UFF - Universidade Federal Fluminense, 2. PSWL - Pólo Sanitário Washington Luíz, 3. UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro, 4. PMCT - Programa Municipal de Controle da Tuberculose
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A tuberculose (TB) é uma doença ainda muito prevalente no nosso meio e uma importante causa de morbimortalidade no Brasil e no mundo. Especialmente entre crianças, seu diagnóstico permanece um desafio, já que se apresenta sob a forma paucibacilar e é difícil a obtenção de material para confirmação diagnóstica. No Brasil, em 2002, foi preconizado o escore clÍnico (EC) para diagnóstico de TB pulmonar (TBP) na infância, o qual se baseia em critérios clínicos, radiológicos, prova tuberculínica (PT), história de contato e nutricional. Este estudo tem como objetivo avaliar a relação da pontuação obtida no EC com o diagnóstico definitivo de TBP (cultura microbiológica e/ou reação em cadeia da polimerase - PCR). Trata-se de estudo de corte transversal com participantes de zero a 19 anos, atendidos em cinco centros de referência em TB pediátrica no estado do Rio de Janeiro no período de setembro de 2014 a janeiro de 2018. Foram avaliados 33 pacientes, dos quais 24 eram crianças (menores de 10 anos) e 9, adolescentes (acima de 10 anos, negativos à baciloscopia). Entre eles, 17 (51,5%) realizaram cultura e/ou PCR, e cinco destes (29,4%) tiveram TB confirmada, com os seguintes resultados de escore: um com 30, dois com 45 e dois com 55 pontos. Treze (76,5%) dos 17 participantes obtiveram pontuação ≥ 40 pontos na avaliação do escore, e quatro deles (30,8%) obtiveram confirmação do diagnóstico. Do total de participantes, quatro eram infectados pelo HIV, e nenhum teve diagnóstico de TB confirmada (cultura e/ou PCR positivos). Três obtiveram pontuação acima de 35 pontos no escore, enquanto um participante teve a pontuação total de 25 . Tal pontuação baixa se justifica pelo fato de que, com o resultado falso negativo da PT, a pontuação total do escore pode ser menor nos casos de coinfecção TB/HIV. Dos participantes com pontuação de EC ≥ 40 e que realizaram cultura e/ou PCR, somente 38,5% tiveram a confirmação da TB. Observa-se que a infecção pelo HIV pode interferir na pontuação, com resultado falso negativo da PT, o que reduz a pontuação do EC. Assim, mesmo quando o resultado de cultura e/ou PCR é negativo, não se pode excluir o diagnóstico de TB em crianças, corroborando o emprego do EC nessa faixa etária. Nos pacientes pediátricos, sobretudo na rede básica de saúde, a avaliação clínico-radiológica, a história de contato com TB do paciente e o resultado da PT, permanecem critérios para diagnosticar e iniciar o tratamento da doença.



Palavras-chaves:  criança, diagnóstico clínico, tuberculose pulmonar