A CIÊNCIA ABERTA NO BRASIL: A EXPERIÊNCIA DA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ (FIOCRUZ) NA TENTATIVA DE ABERTURA DE DADOS GOVERNAMENTAIS NO ÂMBITO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE BRASILEIRO (SUS)
FERNANDA DOS SANTOS RODRIGUES2,1, ANDRÉ LUIZ DUTRA FENNER2,1
1. EFG/FIOCRUZ/GEREB - Escola Fiocruz de Governo / Fundação Oswaldo Cruz / Gerência Regional de Brasília , 2. SCTIE / MS - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos / Ministério da Saúde
fezzona@outlook.com

Em dezembro de 2015, após o Governo lançar o Plano Nacional de Enfretamento à Microcefalia, a Fiocruz mobilizou gestores, especialistas e profissionais da saúde para fortalecer a atenção e o cuidado à saúde das crianças acometidas por má-formação congênita decorrente do Zika Vírus. Assim, nasce o projeto “Plataforma de Vigilância a longo prazo para Zika e Microcefalia no âmbito do SUS” que objetiva subsidiar a formulação de políticas públicas, a partir de estudos longitudinais fundamentados em uma Coorte de dados epidemiológicos extraídos de distintos sistemas de informação do Ministério da Saúde. Para tanto, é necessária a abertura de dados para estabelece uma ciência aberta e resolutiva para os problemas que acometem a população. Esta iniciativa configura como inovadora para SUS, e consiste em compreender as potencialidades e desafios da Ciência Aberta, no Brasil, como modelo de governança para a abertura de dados governamentais no âmbito do SUS, a partir da experiência da Fiocruz no enfrentamento à microcefalia congênita relacionada à essa epidemia. Trata-se de pesquisa qualitativa, teórica básica e aplicada. Estruturalmente é caracterizada como exploratória, descritiva, documental, estudo de caso, pesquisa participante e pesquisa-ação. A revisão da literatura é orientada por artigos que refletem o cenário da Ciência Aberta e da abertura de dados governamentais da saúde a fim de identificar suas principais contribuições e desafios para a formulação de políticas públicas. A pesquisa de campo resultará de entrevistas com pesquisadores e gestores da saúde com o intuito de inferir os principais desafios identificados a partir das suas experiências práticas. Em suma, há evidências sobre a rápida circulação do zika vírus no Brasil que produziu desafios ao SUS. A revisão de literatura aponta a abertura da ciência e de dados como estratégia inovadora no âmbito governamental. Todavia, a pesquisa revela que ainda há poucas e incipientes iniciativas para abertura de dados científicos e governamentais. Os precursores deste campo são o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e a Fiocruz com diálogos colaborativos e disseminação do conhecimento a partir de experiências internacionais. Portanto, conclui-se que esse cenário configura uma janela de oportunidade para uma agenda política pública embrionária. Neste sentido essa pesquisa é a sistematização do processo institucional que norteia a abertura de dados governamentais no âmbito do SUS.



Palavras-chaves:  Ciência Aberta, Dados governamentais abertos, Arbovirose, Zika, SUS.