ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE SEXUAL DA PESSOA IDOSA: AÇÕES DE PROMOÇÃO, PREVENÇÃO E DIAGNÓSTICO PRECOCE EM HIV E OUTRAS ISTs NA ATENÇÃO PRIMÁRIA |
I NTRODUÇÃO Com a aproximação ao fim do bônus demográfico no Brasil, o aumento da população idosa segue de maneira crescente e contínua. Entretanto, esse aumento populacional vem acrescido pela elevação da incidência de casos de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s) e pela escassez de uma assistência integral, voltada à população idosa, sobretudo na Estratégia de Saúde da Família. OBJETIVO Relatar a experiência de ações preventivas e assistenciais no contexto da atenção integral à saúde do idoso relacionada com a vulnerabilidade às IST’s. MÉTODOS As atividades foram iniciadas em julho de 2018 em uma Unidade de Saúde da Família, no interior de Pernambuco e permanece atualmente no cronograma da unidade nos encontros semanais, vinculadas a um projeto de assistência itinerante. A elaboração da proposta de intervenção foi baseada no Planejamento Estratégico Situacional e avaliou questões sociodemográficas, comportamentos de riscos, além de testagem rápida e aconselhamento para HIV e outras IST’s. A estratégia educacional efetuou breves exposições em rodas de conversas, sobre sexualidade e proteção utilizando-se de uma linguagem de fácil compreensão, com auxílio de recursos audiovisuais e dinâmicas de grupo. RESULTADOS e DISCUSSÕES Questionando sobre o que os idosos entendiam por sexualidade, se observaram respostas cercadas de pudor e preconceito que foram modificadas durante a participação na roda de conversas pela troca de experiências. Apenas 11% dos que afirmaram ter vida sexual ativa utilizaram preservativos na última relação, apesar de 84% ter apontado como uma conduta preventiva de infecções. Apesar do insatisfatório índice de uso do preservativo, não houve dificuldades para realizar os testes rápidos. Durante o aconselhamento da testagem rápida, nenhum dos pacientes havia realizado previamente exames para detecção de IST’s, nem participado de grupos envolvendo essa temática, o que demonstra fragilidades na atenção à saúde do idoso, no que se refere a sua sexualidade. Dos testes realizados, 4% apresentou positividade para sífilis. Os casos foram tratados considerando não só o indivíduo, mas sua parceria sexual. CONCLUSÃO A assistência foi ofertada sob uma perspectiva coletiva, possibilitando o acolhimento do idoso, num espaço de identificação mútua e trocas de experiências, sensibilizando-os a uma prática sexual segura, tendo em vista que a educação em saúde é uma ferramenta auxiliar na longevidade e na qualidade de vida dessa população. |