VULNERABILIDADE SOCIAL E RISCO PARA HANSENÍASE EM UMA ÁREA ENDÊMICA DO NORDESTE DO BRASIL: UM ESTUDO ECOLÓGICO
VICTOR SANTANA SANTOS1, CARLOS DORNEL FREIRE DE SOUZA1, VIVIANE S. ROCHA1, NATANAEL F. SANTOS1, THIAGO CAVALCANTI LEAL1, JOÃO P. DE PAIVA1, CRISTIANE C. OLIVEIRA1, PAULO RICARDO SAQUETE MARTINS-FILHO1, MÔNICA A. F. M. MAGALHÃES1, LUIS CUEVAS1
1. UFAL - Universidade Federal de Alagoas, 2. UNIT - Universidade Tiradentes, 3. UFS - Universidade Federal de Sergipe, 4. LSTM - Liverpool School of Tropical Medicine, 5. FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz
santosvictor19@gmail.com

Apesar do declínio global na prevalência de casos de hanseníase, a incidência da doença ainda permanece elevada e/ou estável em determinados contextos, o que leva à necessidade de determinar os fatores relacionados à sua persistência. Desse modo, este estudo objetivou verificar a distribuição espaço-temporal da hanseníase e a influência da vulnerabilidade social na ocorrência da doença em uma área endêmica do Nordeste Brasileiro. Para tanto, foi realizado um estudo ecológico de múltiplos grupos combinado com um estudo espacial de tendência temporal de todos os casos de hanseníase no estado de Sergipe, Nordeste do Brasil, entre 2001 e 2015. Dados socioeconômicos e informações sobre hanseníase foram coletados de sistemas oficiais de informação brasileiros e o município foi a unidade de análise para a ocorrência da hanseníase e sua persistência. Foram calculados os indicadores de eliminação da hanseníase propostos pela Organização Mundial de Saúde para cada município, em cada ano da série temporal. Em seguida, foi aplicado o modelo Bayesiano empírico local para investigar as flutuações dos indicadores da hanseníase. Adicionalmente, o teste Scan Data Spatial foi utilizado para identificar agrupamentos espaciais e para medir o risco local (Risco Relativo) da hanseníase. A partir da análise dos dados, foram identificados os aglomerados espaço-temporais em Sergipe, e uma forte relação entre a vulnerabilidade social e a elevada carga de doença. Municípios considerados de alta vulnerabilidade social apresentaram maiores taxas de incidência de hanseníase, casos novos sendo diagnosticados com a forma multibacilar e com incapacidade grau 2, do que áreas com menor vulnerabilidade social. Assim, pode-se concluir que a vulnerabilidade social é um determinante importante na transmissão e manutenção da doença em uma dada população. Além disso, nossos resultados reforçam a necessidade de melhorias nos programas de controle da doença com ações mais direcionadas aos grupos populacionais com maior vulnerabilidade social, uma vez que estão em maior risco de infecção pelo Mycobacterium leprae .

Palavras-chave: Determinantes Sociais em Saúde; Distribuição espaço-temporal; Epidemiologia; Hanseníase; Vulnerabilidade social.



Palavras-chaves:  Determinantes sociais em saúde, Distribuição espaço-temporal, Epidemiologia, Hanseníase, Vulnerabilidade social