ECLOSÃO DE OVOS E EMERGÊNCIA DE ADULTOS DE POPULAÇÕES DE Aedes aegypti PROVENIENTES DE ÁREAS COM E SEM INTERVENÇÃO DE ESTAÇÕES DISSEMINADORAS DE PYRIPROXYFEN EM SÃO SEBASTIÃO – DISTRITO FEDERAL, BRAZIL.
VERONICA RACHEL CUNHA KERSTING3, KLAUSS KLEYDMANN SABINO GARCIA 3, TAÍS OLIVEIRA DE ARAÚJO3, JOÃO P A CONCEIÇÃO3, GUSTAVO D GOMES3, ELISA N VIANNA3, MARCOS TAKASHI OBARA3, RENATA V TIMBÓ3, VINICIUS G C BARBOSA3, MARIDALVA S P REZENDE3, HENRIQUE P CASTRO3, AMANDA AMARAL ABRAHÃO3, WALTER MASSA RAMALHO3, RODRIGO GURGEL GONÇALVES3
1. NMT/UNB - Núcleo de Medicina Tropical - Universidade de Brasília, 2. FSP/USP - Faculdade de Saúde Pública - Universidade de São Paulo, 3. FM/UNB - Laboratório de Parasitologia Médica e Biologia de Vetores, Área de Patologia, Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília.
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Os mosquitos Aedes aegypti são vetores de arboviroses. O inseticida pyriproxyfen (PPF) apresenta potente atividade larvicida e é disseminado pelos mosquitos.  A estratégia de controle de Ae. aegypti com PPF disseminado por mosquitos foi eficaz em Manaus e Manacapurú – AM, ao aumentar a mortalidade de fases imaturas do inseto (larva e pupa) e diminuir a emergência de adultos. Entretanto, essa estratégia deve ser avaliada em diferentes áreas e cenários climáticos. O objetivo foi analisar a eclosão dos ovos e a emergência de adultos de populações de Ae. aegypti provenientes de áreas com e sem intervenção de estações disseminadoras de PPF. O estudo foi realizado de janeiro de 2017 a junho de 2018, em bairros da cidade de São Sebastião no Distrito Federal. Foi feito monitoramento em dois bairros de São Sebastião e em um deles foi realizada a intervenção. O monitoramento consistiu na instalação de duas ovitrampas/domicílio (uma dentro e outra no quintal da casa) em 30 domicílios de cada área. Os ovos viáveis presentes nas paletas foram contabilizados em estereoscópio e colocados para eclodir em laboratório, com posterior observação e contagem de larvas, pupas e mosquitos emergentes, três vezes por semana. Os dados analisados foram a eclosão dos ovos (número de larvas após 7 dias/número de ovos), o número médio de adultos emergidos e a emergência (número de adultos/número de larvas). Esses dados foram analisados por mês e por área (controle e intervenção). Em média a eclosão de ovos/mês considerando os 18 meses analisados foi de 35,6% na área de intervenção e 47,1% na área controle. Antes da intervenção (1º ao 3º mês), houve uma média de 60,3 mosquitos emergidos/mês (emergência de 26,2%) na área de intervenção, valores menores que os da área controle (201,6 e 36%, respectivamente). Durante a intervenção (4º ao 15º mês), emergiram em média 333,9 mosquitos/mês (emergência de 39,3%) na área de intervenção, valores menores que os da área controle (429,8 e 50,7%, respectivamente). Ao comparar os mesmos meses de 2018 (jan-mar) entre as áreas controle e de intervenção, observa-se que durante a disseminação do PPF (13º ao 15º mês), emergiram em média 863,3 mosquitos/mês, valores menores que os da área controle (1338,6). Houve diminuição do número de adultos emergidos e uma discreta diminuição da eclosão dos ovos de populações provenientes de da área de intervenção com PPF. Essa é uma evidência indireta de um efeito do PPF disseminado na área de intervenção.



Palavras-chaves:  Controle de Mosquitos, Entomologia, Infecções por Arbovirus