LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DE CASOS DE ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS NO MUNICÍPIO DE SOBRAL – CEARÁ
BEATRICE PONTE SOUZA1, TAMARA DE PAIVA ROCHA1, CAROLINA ROSA DE OLIVEIRA LEAL1, JORGE LUIS PIRES DE MORAES1, SANDRA MARIA CARNEIRO FLÔR1, ROBERTA CAVALCANTE MUNIZ LIRA1
1. UFC - Universidade Federal do Ceará - Campus Sobral, 2. VE - Vigilância Epidemiológica de Sobral
beatricepontee@gmail.com

Os acidentes por animais peçonhentos constituem um sério problema de saúde pública no Brasil, tanto pelo número de casos registrados, quanto pela gravidade apresentada, podendo conduzir à morte ou a sequelas que geram incapacidade para o trabalho e atividades de lazer. Com o objetivo de delinear o perfil epidemiológico dos acidentes por animais peçonhentos no município de Sobral – CE, no período de 2012 a 2017, realizou-se um estudo ecológico, retrospectivo, descritivo e quantitativo, com utilização de dados obtidos a partir do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN, por intermédio da Vigilância Epidemiológica do município de Sobral. Foram analisados os casos notificados e confirmados em relação às variáveis: sexo, ano, zona e distrito de residência, tipo de acidente e local da picada. Foram registrados 166 casos, com os maiores números observados nos anos de 2015 (28,9%) e 2014 (22,8%). Do total, 139 ocorreram na zona urbana. Entre as 26 zonas de residência analisadas, as mais acometidas foram Centro, Terrenos Novos, Alto da Brasília, Alto do Cristo e Padre Palhano, totalizando 37,9% dos casos. A faixa etária mais acometida foi a de 35-49 anos (27,7%), em seguida a de 20-34 anos (27,1%). O tipo de acidente mais frequente foi por escorpião (76,5%), depois por abelha (10,2%), serpente (8,4%) e aranha (4,2%). Em relação ao local da picada, as áreas mais acometidas foram os pés (24,6%) e as mãos (22,8%). Associando ao tipo de acidente, nos casos de abelha a área mais acometida foi a cabeça (7); de escorpião, foram as mãos (35), de aranha, foram as coxas e os pés (4), e de serpente, foram os pés (6). Esses dados apontam para um perfil epidemiológico predominantemente urbano, presente em bairros periféricos e centrais, acreditando-se possuir relação com a densidade populacional e com o acúmulo de lixo. O número de casos decresceu ao longo dos últimos anos, e a maioria das picadas acometeu adultos e jovens, atingindo, sobretudo, os membros inferiores, sendo atribuídas aos escorpiões. O conhecimento desses agravos e da sua evolução é fundamental para garantir melhorias no atendimento à população e no desenvolvimento de atividade de vigilância em saúde, com objetivo de fortalecer o controle do número de casos e a conscientização acerca da prevenção em casa, no trabalho ou no campo.



Palavras-chaves:  Animais peçonhentos, Epidemiologia, Escorpião, Sobral