ANTICORPOS ANTI-RICKETTSIA DO GRUPO DA FEBRE MACULOSA EM ROEDORES SILVESTRES NOS FOCOS PESTOSOS DO NORDESTE DO BRASIL
BERNARDO RODRIGUES TEIXEIRA2,3, TATIANA ROZENTAL2,3, MARISE SOBREIRA2,3, NILMA CINTRA LEAL2,3, ELBA REGINA SAMPAIO DE LEMOS2,3, ALZIRA MARIA PAIVA DE ALMEIDA 2,3
1. IAM - FIOCRUZ/PE - Departamento de Microbiologia, Instituto Aggeu Magalhães, 2. IOC - FIOCRUZ/RJ - Lab. De Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios, Instituto Oswaldo Cruz, 3. IOC - FIOCRUZ/RJ - Lab. de Hantaviroses e Rickettsioses
aalmeida@cpqam.fiocruz.br

Introdução. Roedores abrigam diversos agentes biológicos que podem causar zoonoses de elevada letalidade como as bactérias causadoras da peste e das rickettsioses, entre outras que, por se manterem em focos naturais, não podem ser erradicadas e, assim, potencialmente podem produzir casos isolados ou surtos em população humana exposta. No entanto, a presença de algumas dessas zoonoses, mais especificamente das rickettsioses na região Nordeste do Brasil, ainda não está totalmente elucidada, embora relatos de casos humanos e de ectoparasitas infectados venham sendo registrados na última década. Diante do exposto, amostras biológicas de roedores capturados para o monitoramento da infecção por Yersynia pestis foram também analisadas para a presença de infecção por rickettsias. Objetivo. Investigar a presença de anticorpos anti-rickettsia do grupo da febre maculosa (RGFM) em roedores na Região Nordeste do Brasil. Metodologia: Os roedores foram capturados nos peridomicilios e em áreas silvestres nos estados do Ceará (municípios de Guaramiranga e Mulungu), Pernambuco (municípios de Triunfo e Exu) e Bahia (município de Nova Redenção). Nas capturas, realizadas em condições de biossegurança nível 3, foram utilizadas armadilhas para roedores vivos (Sherman ® e Tomahawk ® ). A pesquisa de anticorpos anti- Rickettsia rickettsii foi realizada pelo teste de imunofluorescência indireta, com o valor de corte de titulação igual a 64, de acordo com o fabricante. Resultados. A análise das amostras dos 84 animais confirmou 12 amostras reagentes; (i) Guaramiranga/CE - 01 Cerradomys langguthi , 0 4 Euryoryzomys spp . e 02 Necromys lasiurus ; (ii) Exu/PE - 0 4 Thrichomys laurentius e (iii) Triunfo/PE - 01 Necromys lasiurus. Conclusão. Este é o primeiro relato da presença de anticorpos anti-RGFM em roedores na Região Nordeste do Brasil. Embora os carrapatos sejam os reservatórios das RGFM, a participação de roedores e de outros grupos de vertebrados, animais amplificadores, deve ser considerada. Estes resultados evidenciam a necessidade de mais estudos sobre as zoonoses associadas aos roedores e aos diferentes ectoparasitas no Nordeste do Brasil, principalmente em áreas identificadas como focos da peste em decorrência da similaridade das manifestações clínicas, em especial, da febre maculosa com a forma septicêmica da peste.



Palavras-chaves:  Febre maculosa, Nordeste, Rickettsia rickettsii, Roedores