PANORAMA CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DA HANSENÍASE NO ACRE: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO ENTRE 2015 A JUNHO DE 2018.
JANAINA LUIZA BURG1, LORENA CARLESSO VICENSI DE ASSUNÇÃO 1, ELSON ASSUNÇÃO DE ANDRADE LIMA JUNIOR1, DAVI DANTAS MUNIZ1
1. UNINORTE - União Educacional do Norte , 2. UFAC - Universidade Federal do Acre
janainaluizab@hotmail.com

Introdução: A Hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae . O Brasil é considerado um país endêmico e, ocupa a segunda posição em número de casos. Historicamente, no Acre, a hanseníase possui grande importância socioeconômica. Objetivo: Traçar o perfil clinico-epidemiológico da hanseníase no estado do Acre. Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo, utilizando-se dados coletados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2015 a junho de 2018. Resultado : Foram notificados 348 casos de hanseníase no Acre; destes, 84% eram casos novos e 7,7% sofreram recidiva; 66,4% dos indivíduos eram do sexo masculino, sendo que 92,5% possuíam idade maior que 15 anos. A forma Dimorfa apresentou 55,4% dos casos, seguida das formas Tuberculóide com 20,4%, Virchowiana com 18,7% e Indeterminada com 2,6%. Dos avaliados, 90,5% possuíam menos que seis lesões e 77,1% apresentaram grau de incapacidade zero no momento do diagnóstico. A taxa de prevalência no Estado foi de 4,3/10.000 habitantes e a taxa de detecção de novos casos foi 36,12/100.000 habitantes; Assis Brasil foi a cidade com maior taxa de prevalência (13,11/10.000 habitantes) e casos novos (102/100.000 habitantes). No Estado, a taxa de cura em coorte foi de 88% e 57,7% dos contactantes foram examinados. Discussão: De acordo com dados atualizados, o Acre, que já fora um Estado hiperendêmico, apresenta, nos últimos anos, queda na taxa de prevalência da hanseníase e melhoria da taxa de cura. Porém, apesar de predomínio da forma paucibacilar, apresenta-se, ainda, altas taxas de incidência e baixo percentual da forma Indeterminada ao diagnóstico. Observa-se, também, uma das piores taxas brasileiras de pesquisa de contactantes dos infectados. Além disso, em algumas cidades do interior, verifica-se discrepância de prevalência e incidência da hanseniase, podendo refletir vigilância epidemiológica desuniforme entre os municípios. Vale ressaltar que muitos dados da folha de notificação foram ignorados ou deixados em branco, podendo gerar um viés de informação ao analisá-los. Conclusão: É necessário melhoria da vigilância epidemiológica, especialmente em municípios do interior. Considerando que a alta incidência e o baixo percentual de busca ativa dos contactantes atrelados a baixa taxa da forma Indeterminada, remete a uma possível dificuldade dos serviços de saúde em realizar o diagnóstico precoce.

Palavras-chave: Hanseníase; Epidemiologia; Amazônia; Acre.



Palavras-chaves:  Acre, Amazônia , Epidemiologia , Hanseníase