FREQUÊNCIA DE MULHERES COM INFECÇÃO SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEL ATENDIDAS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER DO ESTADO DE PERNAMBUCO
CAMILA ACÁCIA JORDÃO MARINHO 1, MARCOS RAFAEL DANTAS SALGUES1, ALEX SANDRO ROLLAND DE SOUZA1
1. UNICAP - Universidade Católica de Pernambuco, 2. IMIP - Instituto de Medicina Integral Prof. Fernando Figueira , 3. UFPE - Universidade Federal de Pernambuco
camilamaga@gmail.com

A violência contra a mulher é um problema de saúde global que afeta milhões de mulheres em todo o mundo, particularmente em países em desenvolvimento. Esta pode acarretar danos psicológicos, emocionais, reprodutivos e sociais. O estudo objetiva determinar a frequência de mulheres com infecção sexualmente transmissível (IST) atendidas em um centro de referência de violência do estado de Pernambuco. Foi realizado um estudo observacional descritivo no período de 2014 e 2016. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Foram analisados todos os prontuários de vítimas de qualquer tipo de violência atendidas no Serviço de Atendimento à Mulher Wilma Lessa em 2014 (n=436) e 2016 (n=369). Em 2014, 2,06% (n=9) vítimas apresentaram alguma infecção sexualmente transmissível (IST), das quais seis apresentaram sífilis, uma hepatite B, uma HPV e uma doença inflamatória pélvica. A idade das pacientes com IST variou entre 21 e 43 anos, com média de 30,4 anos. Em 2016, 7,6% (n=28) das vítimas possuíam alguma IST. Dessas, 15 tinham sífilis, seis HPV, três tricomoníase, duas HIV, uma herpes genital e uma gardnerella. A idade das pacientes infectadas variou entre 15 e 48 anos, com média de 28,3 anos. O número de vítimas que procuraram o serviço diminui em 2016, porém o número de pacientes com IST aumentou. Não foi possível identificar se as vítimas adquiriram infecção antes ou após os atos de violência. Também é importante salientar o papel do gênero quando a incidência de IST é maior nas mulheres, principalmente as que sofrem abuso crônico, pois a violência sexual predispõe e aumenta a vulnerabilidade da mulher adquirir HIV/IST. Muitas mulheres perdem a autoestima e a confiança após contraírem IST, o que pode leva-las a evitar novas relações, exacerbar traumas psicológicos decorrentes da violência sofrida e ao medo da rejeição por futuros parceiros. Além disso, infecções prévias predispõem a novas infecções, comprometendo, assim, a saúde da mulher. É imprescindível que haja maior mobilização no âmbito social e de saúde visando a saúde da mulher e a igualdade de gênero.

Palavras-chave: Doenças sexualmente transmissíveis, Violência, Violência doméstica, Violência contra a mulher, Violência de gênero



Palavras-chaves:  Doenças Sexualmente Transmissíveis, Violência, Violência doméstica, Violência contra a mulher, Violência de Gênero