Avaliação da prevalência da infecção em cães ("Canis familiaris") envolvidos no ciclo de transmissão da leishmaniose visceral em São Vicente Férrer, Zona da Mata Norte, Pernambuco, Brasil.
JULIANA FIGUEIRÊDO DA COSTA LIMA SUASSUNA MONTEIRO 1, MARIA EDILEUZA FELINTO DE BRITO1, ÉRICKA LIMA DE ALMEIDA1, ANDRÉA KARLA SALES FERREIRA SILVA1, LETÍCIA MAXIMIANO BEZERRA1, KARINA PATRÍCIA BARACHO DE LIMA1, SINVAL PINTO BRANDÃO FILHO1
1. IAM/FIOCRUZ - Instituto Aggeu Magalhães/Fundação Oswaldo Cruz, 2. UFRPE - Departamento de Medicina Veterinária/Universidade Federal Rural de Pernambuco
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Introdução: As leishmanioses são zoonoses causadas por protozoários do gênero Leishmania , transmitidas por flebotomíneos. A forma mais grave em humanos é a Leishmaniose visceral (LV), que acomete baço e fígado, e leva a óbito quando não tratada. Pernambuco tem diversas regiões endêmicas para LV, dentre essas a Zona da mata Norte. Na LV, o principal reservatório é o cão, que pode permanecer infectado por muitos anos sem apresentar sinal clínico evidente compatível com a doença, a LV canina (LVC). A identificação, inclusive dos assintomáticos, e eliminação dos cães infectados com LVC, permite ações de controle contra a doença em humanos com ações focadas em regiões de casos caninos. Objetivos: Avaliar a prevalência da infecção por Leishmania spp em cães naturalmente infectados em região endêmica do Estado de Pernambuco e associação com sinais clínicos. Desenho de estudo: Inquérito epidemiológico, experimental analítico. Métodos: Aplicação de teste rápido (TR) para detecção de anticorpos anti-leishmania em sangue total para investigação da doença e avaliação clínica dos cães em São Vicente Férrer, Zona da Mata Norte de Pernambuco. Teste de Qui-quadrado para presença de carrapato e de pulga; condição corporal; se apresenta alopecia, dermatite, seborreia e lesão na pele e se a mucosa ocular é normal ou pálida. Resultados: Na população estudada, a soroprevalência de LVC foi de 13,7%. Cão idoso apresentou sinais clínicos compatíveis com LV, como onicogrifose, condição corporal caquética, dermatite, seborreia e lesão na pele (focinho e orelhas). A pesquisa direta de lesão da orelha desse cão foi positiva para Leishmania sp ; a PCR convencional em sangue foi positiva para L. (Leishmania) infantum . Para todos os 72 cães, apenas as variáveis “tem lesão de pele”, com X 2 =7,7 e “tem dermatite”, com X 2 =11,1, apresentaram significância estatística em relação ao resultado do TR (p>0,05). Em cães de região endêmica, os sinais de lesão de pele característica de LVC ou dermatite, podem estar associados à presença da infecção pela Leishmania infantum . No entanto, outros sinais, como seborreia e mucosa ocular pálida, também devem ser levados em consideração. Conclusão: Os resultados mostraram que, em regiões endêmicas para leishmanioses, cão com lesão na pele e dermatites, são compatíveis com LVC. Portanto, os proprietários desses animais devem comunicar à Vigilância do Município, pois representa risco à população que coabita o mesmo domicílio.



Palavras-chaves:  Leishmaniose visceral canina, Teste rápido, Epidemiologia