RELATO DE CASO: ENCEFALITE HERPÉTICA, UM RARO E DIFÍCIL DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
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O vírus herpes simple s (VHS ) é o mais comum causador de encefalite esporádica aguda e focal no mundo ocidental, com uma incidência aproximada de 1 a 3 casos por milhão de habitantes a cada ano. Sem tratamento, a mortalidade pode chegar a 70% dos casos, ao contrário de 30% com tratamento adequado, sendo que sequelas neurológicas são frequentes. O presente trabalho tem a finalidade de descrever o caso de um paciente masculino, jovem, com diagnóstico de encefalite herpética (HES). Trata-se de um estudo de campo, exploratório, do tipo relato de caso. S.S.P, 19 anos, masculino,pardo, solteiro, agricultor, natural da zona rural do município de Cajazeiras-PB, deu entrada no Hospital Regional de Cajazeiras (HRC) às 02:45 do dia 04 de Abril de 2016, trazido pelo SAMU, tendo sido encontrado em via pública desacompanhado, inconsciente, com sinais de evento convulsivo, comatoso, Glasgow 7, eupnéico, com suspeita diagnóstica inicial de traumatismo craniano grave. Devido ao quadro apresentado, o paciente foi encaminhado para unidade de terapia intensiva (UTI). Ao exame físico inicial, o paciente apresentava lesões labiais indicativas de herpes simples, evoluindo comatoso. Foram solicitadas TC de crânio e análise de LCR que evidenciaram lesão hipodensa em topografia de lobo temporal direito sugestiva de encefalite herpética e análise de líquor com aparência incolor, com depósitos, aumento das proteínas (580 mg/dl), glicose um pouco elevada (99 mg/dl) e aumento no número de hemácias (600 mm³). Com o diagnóstico presumido de encefalite herpética, foram iniciados Aciclovir e Dexametasona. O paciente evoluiu com melhora do quadro nos 10 dias seguintes de internação e recebeu alta sem sequelas com manutenção do aciclovir e introdução de anticonvulsivante, sem intercorrências em curto prazo. A HES é uma doença de grande importância médica, devido ao quadro de rápida evolução e consequente mortalidade quando não diagnosticada precocemente. O tratamento empírico deve ser iniciado assim que houver a suspeição diagnostica de encefalite viral. Preconiza-se o uso de aciclovir endovenoso na dose de 10 mg/kg/dia de 8/8 horas por um período de 5 a 14 dias, dependendo do quadro de cada paciente. As limitações no curso do paciente em questão foram os recursos laboratoriais, uma vez que certamente o quadro seria melhor elucidado com a análise por meio de PCR no LCR ou RNM de crânio. Palavras-chave: Diagnóstico Diferencial; Encefalite; Encefalite por Herpes Simples; Herpes Simples. |