“LEISHMANIOSE CUTÂNEA DIFUSA” EM PACIENTE COM AUSÊNCIA DE PARASITAS AOS EXAMES
EZEQUIEL ÂNGELO FONSECA JÚNIOR 1, ANA PAULA C.CARVALHO1, BIANCA COELHO DAMIN1, SUSANE MARAFON1, LARA MOREIRA DE OLIVEIRA1, LETÍCIA ROSSETTO DA SILVA CAVALCANTE1, LEANNDRO MANSUR BUMLAI1, MAYANE EMANUELLE OLIVEIRA SOUZA1, PAULA VIEIRA REIS1, ANA PAULA JORGE FERNANDES1, TATIANA FORTES DE OLIVEIRA1, PAULA DE CARVALHO FERREIRA1, MARCIA HUEB1
1. HUJM-UFMT - Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM)/EBSERH/UFMT., 2. HRS - Hospital Regional de Sorriso (HRS), Sorriso, MT, Brasil
ezequieljuniorohb@gmail.com

INTRODUÇÃO: A leishmaniose cutânea difusa (LCD) é uma forma rara da leishmaniose tegumentar (LT), o polo anérgico-multiparasitário do espectro, no qual a anergia celular está associada à acentuada proliferação dos parasitos e à disseminação da infecção. No Brasil, está associada exclusivamente à infecção causada por L. (L.) amazonensis . As características básicas da LCD são: lesões em placas infiltradas, nódulos, tubérculos associados à exulcerações envolvendo grandes áreas do tegumento cutâneo. A evolução é crônica, sendo considerada refratária a todos os tipos de tratamentos até então utilizados. MÉTODOS/RELATO: Relato de caso de paciente com aspecto clínico de LCD, mas com exames parasitológicos negativos. Paciente masculino, 57 anos, procedente de Sorriso–MT, há 12 anos apresenta nodulações em face, abdome e membros superiores com máculas hipercrômicas, além de epistaxe. Realizou diversas biópsias de pele e mucosa nasal, sempre inespecíficas, com processo inflamatório crônico e celularidade anormal. Inicialmente tratou para hanseníase multibacilar com poliquimioterapia por 4 anos, sem melhora. Após diversas baciloscopias negativas e falha terapêutica, e o surgimento de lesões ulceradas em membros inferiores, o paciente foi tratado com Glucantime®, evoluindo com melhora dos sinais e sintomas (SIC), mas com recidiva em meses. Desta vez foi prescrito anfotericina B® também com boa resposta clínica. Após novas recidivas e vários anos de evolução, foi encaminhado para a referência do HUJM. Reiniciada investigação que mostrou as mesmas alterações ao histopatológico e pesquisas diretas de parasita negativas. Encaminhada amostra para realização de PCR e imunohistoquímica com confirmação do diagnóstico Leishmania (L.) sp (caracterização ainda em curso). Ressalta-se que em 12 anos, esses foram os primeiros exames confirmatórios de sua doença. Pelo relato de resposta satisfatória anterior, feito AmBisome®, com boa resposta inicial e recidiva precoce. Retratamento com pentamidina, evoluindo com boa resposta até o momento. CONCLUSÃO: Trata-se de um caso atípico de leishmaniose, com manifestações clássicas de LCD, cronicidade e baixa resposta aos tratamentos, porém com escassez de parasitas aos exames, o que difere da descrição da síndrome clássica.



Palavras-chaves:  leishmaniose, leishmaniose difusa, hanseníase