ANALISANDO A CORRELAÇÃO DA SÍNDROME DE GUILLAN BARRÉ COM AS ARBOVIROSES EM UMA REGIÃO DE SAÚDE DA BAHIA. |
A Síndrome de Guillan Barré (SGB) é uma doença de caráter autoimune de forma aguda ou subaguda. Ocorre quando o sistema imunitário ataca por engano parte do Sistema Nervoso Periférico, caracterizando quadro de fraqueza progressiva ascendente, podendo levar a insuficiência respiratória e paraplegia. Até pouco tempo era desconhecida e associada ao acometimento por infecção viral ou bacteriana, de caráter respiratório, intestinal, após cirurgia ou vacinação. Com a circulação do vírus Zika no Brasil modificou-se completamente o cenário epidemiológico de manifestações neurológicas quando, em 2015, foi observado o aumento no número de casos de Síndrome de Guillan Barré. O presente trabalho tem por objetivo apresentar os dados relacionados aos casos de Síndrome de Guillan Barré, da Região de Saúde de Feira de Santana-Ba (uma das quatro regiões do Núcleo Regional de Saúde Centro Leste), analisando a correlação com alguma arbovirose (Dengue, Zika e Chikungunya), no ano de 2017. Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo. Os dados foram coletados das Fichas de Investigação de Eventos Neurológicos Associados à Doença Exantemática Indeterminada e Sistema de Gerenciamento de Ambiente Laboratorial-GAL. Utilizou-se o programa Microsoft Excel 2013 para processamento dos dados. Dos 12 casos notificados como suspeita de Síndrome de Guillan Barré (SGB), 08 (66,7%) foram confirmados. Destes, 03 (37,5%) apenas por critério clínico e 05 (62,5%) por critério clínico-laboratorial, sendo que 04 (50%) fizeram uso de imunoglobulina. Dos 08 casos confirmados, 05(62,5%) realizaram exames para arboviroses, com 02 (40%) positivos para dengue, 02(40%) positivos para Chikungunya e 01 (20%) positivo para Zika. Assim, observou-se um expressivo quantitativo de pacientes que não realizaram exames para arboviroses, dificultando sua associação com a SGB. A partir deste estudo podemos identificar que ainda há grande necessidade de sensibilização dos profissionais para a identificação precoce da suspeita de doenças neuroinvasivas causadas por arbovírus, indicando os exames laboratoriais específicos e tratamento adequado, pois foi verificado grande percentual de pacientes não tratados conforme o protocolo do Ministério da Saúde, bem como a não realização de exames diagnósticos específicos. Estes dados são de extrema importância epidemiológica para o monitoramento deste agravo e planejamento das ações de controle e educação em saúde. |