ANALISANDO A CORRELAÇÃO DA SÍNDROME DE GUILLAN BARRÉ COM AS ARBOVIROSES EM UMA REGIÃO DE SAÚDE DA BAHIA.
IRAILDES RIOS SOUZA 1, TAIS DE ARAÚJO MAGNAVITA CARNEIRO1, ROUSANE DE CARVALHO LIMA REBOUÇAS1, IVANA FERNANDA FREITAS CERQUEIRA SAMPAIO1, AIA AKENATON ARAÚJO ALVES1, JACQUELINE RODRIGUES DE SOUSA BORGES1, SAIONARA SANTANA DE JESUS1, RENATA ANDRADE DE MORAIS1, EDY GOMES DOS SANTOS1
1. SESAB - Secretaria da Saúde do Estado da Bahia
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A Síndrome de Guillan Barré (SGB) é uma doença de caráter autoimune de forma aguda ou subaguda. Ocorre quando o sistema imunitário ataca por engano parte do Sistema Nervoso Periférico, caracterizando quadro de fraqueza progressiva ascendente, podendo levar a insuficiência respiratória e paraplegia. Até pouco tempo era desconhecida e associada ao acometimento por infecção viral ou bacteriana, de caráter respiratório, intestinal, após cirurgia ou vacinação. Com a circulação do vírus Zika no Brasil modificou-se completamente o cenário epidemiológico de manifestações neurológicas quando, em 2015, foi observado o aumento no número de casos de Síndrome de Guillan Barré. O presente trabalho tem por objetivo apresentar os dados relacionados aos casos de Síndrome de Guillan Barré, da Região de Saúde de Feira de Santana-Ba (uma das quatro regiões do Núcleo Regional de Saúde Centro Leste), analisando a correlação com alguma arbovirose (Dengue, Zika e Chikungunya), no ano de 2017. Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo. Os dados foram coletados das Fichas de Investigação de Eventos Neurológicos Associados à Doença Exantemática Indeterminada e Sistema de Gerenciamento de Ambiente Laboratorial-GAL. Utilizou-se o programa Microsoft Excel 2013 para processamento dos dados. Dos 12 casos notificados como suspeita de Síndrome de Guillan Barré (SGB), 08 (66,7%) foram confirmados. Destes, 03 (37,5%) apenas por critério clínico e 05 (62,5%) por critério clínico-laboratorial, sendo que 04 (50%) fizeram uso de imunoglobulina. Dos 08 casos confirmados, 05(62,5%) realizaram exames para arboviroses, com 02 (40%) positivos para dengue, 02(40%) positivos para Chikungunya e 01 (20%) positivo para Zika. Assim, observou-se um expressivo quantitativo de pacientes que não realizaram exames para arboviroses, dificultando sua associação com a SGB. A partir deste estudo podemos identificar que ainda há grande necessidade de sensibilização dos profissionais para a identificação precoce da suspeita de doenças neuroinvasivas causadas por arbovírus, indicando os exames laboratoriais específicos e tratamento adequado, pois foi verificado grande percentual de pacientes não tratados conforme o protocolo do Ministério da Saúde, bem como a não realização de exames diagnósticos específicos. Estes dados são de extrema importância epidemiológica para o monitoramento deste agravo e planejamento das ações de controle e educação em saúde.

 



Palavras-chaves:  Arboviroses, Neuroinvasivas, Síndrome de Guillan Barré