ÓBITOS POR LEISHMANIOSE VISCERAL EM UMA REGIÃO DE SAÚDE DA BAHIA, NO PERÍODO DE 2007 a 2017: REFLETINDO SOBRE OS FATORES DE RISCO PARA EVOLUÇÃO FATAL
IVANA FERNANDA DE FREITAS CERQUEIRA SAMPAIO 1, AIA AKENNATON ARAÚJO ALVES1, EDY GOMES DOS SANTOS1, IRAILDES RIOS DE SOUZA1, JACQUELINE RODRIGUES SOUSA BORGES1, RENATA ANDRADE DE MORAIS1, ROUSANE CARVALHO LIMA REBOUÇAS1, SAIONARA SANTANA DE JESUS1, TAÍS ARAÚJO MAGNAVITA CARNEIRO1
1. SESAB - Secretaria de Saúde do Estado da Bahia
ivana_fernanda@yahoo.com.br

A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença infecciosa sistêmica de evolução crônica, caracterizada por febre de longa duração, hepatomegalia, esplenomegalia, dentre outras manifestações. O diagnóstico e tratamento tardio, bem como a ocorrência de casos em crianças menores de 01 ano e adultos com mais de 50 anos são alguns fatores de risco para complicações e morte por LV. A Região de Saúde de Feira de Santana - Bahia abrange 28 municípios, com uma população de 1.178.230 habitantes (IBGE, 2017). Este trabalho tem como objetivo descrever o perfil epidemiológico dos indivíduos notificados para LV que tiveram como evolução o óbito, no período de 2007 a 2017, na Região de Saúde de Feira de Santana.Trata-se de estudo descritivo, de abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN Net. Utilizou-se o programa Microsoft Excel 2013 para processamento dos dados. No referido período foram notificados 406 casos de Leishmaniose Visceral, sendo que destes foram confirmados 256 casos em residentes nos municípios da Região de Saúde de Feira de Santana, sendo que 13 (5%) evoluíram para óbito por leishmaniose visceral. O número de óbitos foi maior entre indivíduos do sexo masculino (76%). Ocorreram 3 (23%) óbitos em menores de 1 ano e 5 (38%) óbitos em pessoas com mais de 50 anos. O intervalo de tempo entre a data dos primeiros sintomas e o diagnóstico variou de 11 a 353 dias. Em 3 (23%) casos, o óbito aconteceu antes do início do tratamento. O diagnóstico e tratamento tardio podem ter contribuído para evolução fatal de 7 (53%) casos de Leishmaniose Visceral na referida Região, somado à ocorrência de casos em crianças menores de 1 ano e adultos com mais de 50 anos, indicativos do potencial de gravidade e do consequente desfecho dos casos. A realização de medidas integradas de controle da doença e de ações educativas na comunidade são fundamentais para reduzir o risco de transmissão mediante controle da população de reservatórios e do agente transmissor. Faz-se necessário o investimento em capacitação de profissionais de saúde, em todos os níveis de complexidade, visando diagnóstico de forma precisa e tratamento o mais precocemente possível, com consequente redução da mortalidade por leishmaniose visceral.



Palavras-chaves:  Óbito, Leishmaniose Visceral, Fatores de risco