PERFIL SOROLÓGICO PARA Toxoplasma gondii EM SANGUE DO CORDÃO UMBILICAL HUMANO |
A toxoplasmose é uma infecção causada pelo parasita Toxoplasma gondii ( T. gondii ), que pode ser congênita ou adquirida. A toxoplasmose congênita se desenvolve a partir da passagem transplacentária de taquizoítas para o feto, sendo que o risco varia de 0% a 9% no primeiro trimestre para 35% a 59% no terceiro trimestre, e pode conduzir a uma grande variedade de manifestações, como aborto, coriorretinite leve, retardo mental, microcefalia, hidrocefalia e convulsões. Sendo assim o objetivo desse trabalho foi verificar a incidência de Toxoplasma gondii em sangue do cordão umbilical e tecido placentário por meio da reação de imunofluorescência indireta (RIFI) e reação em cadeia da polimerase (PCR). Este projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética Envolvendo Pesquisa em Seres Humanos (CEP) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e está sob o número de parecer 1.804.047. Um total de 202 amostras de sangue do cordão umbilical e placenta foram coletadas de gestantes admitidas na sala de parto e centro cirúrgico da Maternidade Cândido Mariano em Campo Grande-MS, após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Para realização da RIFI foi utilizado o Kit comercial Imuno – CON (WAMA Diagnóstica ®) seguindo as recomendações do fabricante para detecção de anticorpos IgG e IgM. Os testes moleculares ainda estão em andamento. Das 202 amostras de soro analisadas 54 (26, 7%) foram positivas para a presença de anticorpos IgG anti- T. gondii . Considerando que a toxoplasmose é uma zoonose de distribuição universal, os dados do presente trabalho sugerem infecção pregressa nas gestantes sorologicamente positivas, no entanto a ausência de anticorpos anti- T. gondii pode estar relacionada à falta de exposição ao parasita, o que pressupõe que devem ter acompanhamento imunológico durante toda gestação pela possibilidade de infecção aguda. A infecção na maioria dos casos é assintomática e no Brasil a estimativa de prevalência pode chegar a 90%, por isso mais estudos são necessários para verificar a incidência dessa doença em gestantes. |