IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DE Leishmania infantum EM TATUS-PEBA NA REGIÃO DE ÁGUA CLARA, MATO GROSSO DO SUL |
A Leishmaniose visceral é uma doença de importância relevante tanto na medicina humana quanto veterinária, pois trata-se de uma zoonose. É causada por um protozoário, Leishmania infantum , e é transmitida pelo flebotomo Lutzomia longipalpus . No Brasil o principal hospedeiro é o cão, porém vários mamíferos selvagens e animais de zoológicos foram diagnosticado com a doença. Dentre esses mamíferos, o tatu vem sendo citado como um possível sentinela para monitorar doenças zoonóticas. Pois vivem em tocas compartilhadas com outros animais, em regiões tropicais e subtropicais e em harmonia com outros vertebrados, inclusive o humano. O objetivo do presente trabalho foi identificar a presença de DNA de L. infantum em tatus de vida livre capturados em fazenda do município de Água Clara – MS, no período de outubro de 2016 a março de 2017. Os animais foram capturados manualmente e anestesiados através da administração intramuscular de Cloridrato de Cetamina e Xilazina. Foi coletada uma amostra de sangue do animal, após coleta e recuperação da anestesia os mesmos foram liberados no local da captura. No presente trabalho 52 tatus-peba ( Euphractus sexcinctus ) foram capturados e suas amostras de sangue foram encaminhadas para o laboratório de Biologia Molecular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. No laboratório foram realizadas as extrações e a quantificação das amostras. Para a detecção de L. infantum foi utilizada a técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR), usando os primers MC1 e MC2 que amplifica um fragmento de 447 pares de base. Os produtos da PCR foram visualizados em gel de agarose a 2% corados com brometo de etídio. A positividade foi encontrada em apenas um animal. Esse resultado confirma a exposição do animal a L. infantum indicando a circulação do agente na região do estudo. Outros estudos devem ser conduzidos a fim de avaliar o risco da infecção para humanos e animais domésticos nessa região, bem como o papel dos tatus-peba na ecoepidemiologia da doença. |