IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DE Leishmania infantum EM TATUS-PEBA NA REGIÃO DE ÁGUA CLARA, MATO GROSSO DO SUL
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO RAMOS2, HERBERT PATRICK KELLERMANN CLEVELAND2, LEANDRA MARLA OSHIRO2, VINICIUS DA SILVA RODRIGUES2, LEANDRO DE OLIVEIRA SOUZA HIGA2, MARCOS VALERIO GARCIA 2, PAULINO BONATTE JUNIOR2, FRANCISCO TOBIAS BARRADAS PIÑA2, BARBARA GUIMARÃES CSORDAS2, NAMOR PINHEIRO ZIMMERMANN2, JACQUELINE CAVALCANTE BARROS2, RENATO ANDREOTTI2
1. EMBRAPA GADO DE CORTE - Empresa Brasileira Pesquisa Agropecuaria, 2. UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, 3. UFU - Universidade Federal de Uberlândia
marcosvagar@gmail.com

A Leishmaniose visceral é uma doença de importância relevante tanto na medicina humana quanto veterinária, pois trata-se de uma zoonose. É causada por um protozoário, Leishmania infantum , e é transmitida pelo flebotomo Lutzomia longipalpus . No Brasil o principal hospedeiro é o cão, porém vários mamíferos selvagens e animais de zoológicos foram diagnosticado com a doença. Dentre esses mamíferos, o tatu vem sendo citado como um possível sentinela para monitorar doenças zoonóticas. Pois vivem em tocas compartilhadas com outros animais, em regiões tropicais e subtropicais e em harmonia com outros vertebrados, inclusive o humano. O objetivo do presente trabalho foi identificar a presença de DNA de L. infantum em tatus de vida livre capturados em fazenda do município de Água Clara – MS, no período de outubro de 2016 a março de 2017. Os animais foram capturados manualmente e anestesiados através da administração intramuscular de Cloridrato de Cetamina e Xilazina. Foi coletada uma amostra de sangue do animal, após coleta e recuperação da anestesia os mesmos foram liberados no local da captura. No presente trabalho 52 tatus-peba ( Euphractus sexcinctus ) foram capturados e suas amostras de sangue foram encaminhadas para o laboratório de Biologia Molecular da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. No laboratório foram realizadas as extrações e a quantificação das amostras. Para a detecção de L. infantum foi utilizada a técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR), usando os primers MC1 e MC2 que amplifica um fragmento de 447 pares de base. Os produtos da PCR foram visualizados em gel de agarose a 2% corados com brometo de etídio. A positividade foi encontrada em apenas um animal. Esse resultado confirma a exposição do animal a L. infantum indicando a circulação do agente na região do estudo. Outros estudos devem ser conduzidos a fim de avaliar o risco da infecção para humanos e animais domésticos nessa região, bem como o papel dos tatus-peba na ecoepidemiologia da doença.



Palavras-chaves:  : Leishmania infantum, PCR, Euphractus sexcinctus