DISTRIBUIÇÃO ESPAÇOTEMPORAL DE Aedes aegypti E DE Aedes albopictus NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL, 1986 A 2015.
DALTON PEREIRA DA FONSECA JÚNIOR 1, LÍGIA LEANDRO NUNES SERPA1, GERSON BARBOSA LAURINDO1, MARIZA PEREIRA1, MÁRCIA MOREIRA HOLCMAM1, JÚLIO CESAR VOLTOLINI1, GISELA RITA ALVARENGA MONTEIRO MARQUES1
1. SUCEN - SUPERINTENDÊNCIA DE CONTROLE DE ENDEMIAS, 2. UNITAU - UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
dalton@sucen.sp.gov.br

Detectar a presença, a distribuição e abundância de vetores de arboviroses são importantes parâmetros na vigilância entomológica da dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Assim, pretendeu-se caracterizar a série histórica do número de municípios infestados por Aedes aegypti e por Aedes albopictus, do estado de São Paulo, de 1986 a 2015. Analisar a influência da sazonalidade sobre os valores dos índices de Breteau (IB), para cada espécie, ao longo dos 30 anos de estudo, e discutir o comportamento da temperatura média na expansão desses vetores. Para tanto, foram utilizados os valores de IB de Ae. aegypti e Ae. albopictus de cada município, provenientes do banco de dados da Superintendência de Controle de Endemias. A partir destes, foram calculadas suas médias aritméticas, por mês/ano, e, posteriormente, empregado o teste de Wilcoxon. Na abordagem da temperatura média empregaram-se mapas fornecidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia. Os resultados mostraram que o estado de São Paulo encontra-se quase que totalmente infestado por Ae. aegypti e por Ae. albopictus , com coexistência em 93,64% dos municípios. Foi evidenciado forte perfil sazonal, com maior abundância das duas espécies, no primeiro trimestre, de cada ano. Embora com variação no padrão de infestação foi observada predominância de Ae. aegypti, cujo valor médio da densidade larvária foi 4,27 vezes maior do que a de Ae. albopictus . As faixas geográficas de temperaturas médias do estado mais elevadas, ao longo dos 30 anos, foram coincidentes com a trajetória geográfica e temporal da expansão de Ae. aegypti . O estudo corroborou a capacidade de adaptação desses vetores em face de conjunturas sociais e urbanas diferenciadas. Esses mosquitos registraram, inicialmente, infestação em áreas distintas e opostas, revelando comportamento geográfico antagônico, com diferenças na densidade larvária. A predominância larvária de Ae. aegypti , no estado de São Paulo, sugere sua superioridade competitiva, mesmo em áreas onde a Ae. albopictus foi espécie precursora. Porém, considerando que esta espécie pode facilmente deslocar-se entre ambientes urbanos e silvestres, admite-se a necessidade de seu monitoramento integrar a vigilância e controle entomológico.



Palavras-chaves:  Aedes aegypti, Distribuição Espacial, Análise Espacial, Controle, Ecologia