TRANSMISSÃO E VETORES DA DOENÇA DE CHAGAS NO PIAUÍ: PERCEPÇÕES DOS EDUCANDOS DA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE TERESINA
POLYANNA ARAÚJO ALVES BACELAR 1,2,3, MARIA DE JESUS RODRIGUES DA SILVA OLIVEIRA1,2,3, GEAN CARLOS GOMES DE SOUSA1,2,3, JÉSSICA PEREIRA DOS SANTOS1,2,3, DARWIN RENNE FLORÊNCIO CARDOSO1,2,3, VAGNER JOSÉ MENDONÇA1,2,3
1. PGMT IOC/FIOCRUZ RJ - Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical da Fundação Oswaldo Cruz, 2. FIOCRUZ PI - Escritório Regional da Fundação Oswaldo Cruz, Piauí, 3. UFPI - Universidade Federal do Piauí , 4. EFABC - Escola Família Agrícola de Baixão do Carlos
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A doença de Chagas é uma enfermidade endêmica do continente americano e acomete aproximadamente sete milhões de pessoas. O agente etiológico é o Trypanosoma cruzi transmitido por meio das fezes do inseto vetor, pertencente à ordem Hemiptera, subfamília Triatominae. Estudos sobre a distribuição dos triatomíneos em ambiente domiciliar na área rural do Piauí indicaram a presença de onze espécies, sendo T. brasiliensis e T. pseudomaculata as mais frequentes e com maior amplitude de distribuição. Assim, compreender os aspectos epidemiológicos relacionados à transmissão da doença é de fundamental importância para orientar as ações de controle e vigilância. Dessa forma, o presente estudo objetivou analisar o conhecimento de educandos da zona rural de Teresina, Piauí, acerca da transmissão e vetores da doença de Chagas. Para tal, realizou-se a aplicação de um questionário para 31 educandos do curso técnico em Zootecnia da Escola Família Agrícola de Baixão do Carlos, zona rural leste do município. O questionário constou de perguntas objetivas e subjetivas acerca da transmissão, vetores e medidas preventivas da doença. Os estudantes possuíam entre 15 e 27 anos de idade, sendo 18 do sexo masculino. Quanto a moradia, 25 relataram residir em casas com paredes de tijolos, reboco e cobertas por telhas de barro, localizadas em assentamentos rurais, sendo que no domicílios de todos os participantes foi afirmado possuírem energia elétrica. Dos entrevistados, 18 afirmaram criar animais em casa, sendo galinhas, porcos, gatos e cachorros os mais citados. Quando questionados sobre a doença de Chagas, nenhum dos educandos soube explicar o mecanismo de transmissão, apesar de 18 deles revelarem ter algum conhecimento sobre a doença e 13 citarem o barbeiro como vetor responsável. Dentre os entrevistados, 11 afirmaram conhecer o barbeiro e 8 relataram já ter encontrado no intradomicílio, escola ou área de vegetação nativa circunvizinha à residência, no entanto, dentre esses, nenhum informou a presença do inseto à Secretaria de Saúde. Em relação às medidas preventivas, dois entrevistados relataram a dedetização como forma de controle. Com isso, evidenciou-se que os educandos possuíam pouco conhecimento acerca da transmissão e vetores da doença de Chagas. Isso demonstrou a necessidade da realização de ações educativas mais efetivas com campanhas e programas direcionados principalmente às populações rurais que residem em áreas endêmicas para doença de Chagas no estado do Piauí.



Palavras-chaves:  Conhecimento, Doença de Chagas, Triatomíneos