AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE HEPATITES VIRAIS EM INDIVIDUOS DE DIFERENTES AREAS GEOGRAFICAS E CONDIÇÕES DE SAÚDE NO BRASIL. |
INTRODUÇÃO: As hepatites virais foram responsáveis por mais de 1 milhão de mortes em 2015 e a maioria delas foi causada por doença hepática crônica e câncer primário de fígado. O conhecimento sobre prevenção, transmissão e outros aspectos dessas doenças é uma medida importante para alcançar a eliminação desses vírus. OBJETIVO: O objetivo principal deste estudo é avaliar o conhecimento sobre hepatites virais entre indivíduos de diferentes áreas de recursos e condições de saúde para identificar possíveis lacunas. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com 447 indivíduos de cinco populações distintas no Brasil: Ambulatorio de hepatites virais ou infectologia do Sudeste (n = 100), Sul (n = 89) e Nordeste (n = 114), e areas de baixo recursos do Sudeste (n = 77) e Nordeste (n = 67). Todos os indivíduos responderam a um questionário que avaliava as características sociodemográficas e a percepção de hepatites virais. A percepção foi pontuada com base no número médio de respostas corretas de todos os participantes e categorizada como “Baixa” (0 a 28 respostas corretas) ou “Desejável” (29 a 46 respostas corretas). Associações entre características sociodemográficas e percepção também foram avaliadas. RESULTADOS: A média de acertos foi de 28,7 ± 6,1 e os individuos dos ambulatórios das regiões Sudeste e Sul demonstraram um conhecimento desejável (30,5 ± 5,0 e 29,5 ± 5,6, respectivamente). De acordo com as características sociodemográficas, os escores desejáveis foram mais comuns entre aqueles com ensino médio (47,1%), aqueles que se declararam brancos (46,3%) e aqueles que residiam em domicílios com três indivíduos (25,5%). A análise multivariada mostrou que a baixa percepção de hepatites virais foi mais comum entre os analfabetos [ODDS RATIO (OR): 2,23] e vivia nas áreas de baixa renda do Nordeste (OR: 11,26). CONCLUSÕES: Um alto nível de conhecimento foi encontrado entre os participantes do estudo recrutados em ambulatorios das regiões Sul e Sudeste do Brasil e medidas educativas devem ser reforçadas em áreas de baixo recurso. Instituição de Fomento: Ministério da Saúde do Brasil, CNPQ, FAPERJ e CAPES |