ANÁLISE DA COBERTURA DE TRATAMENTO DOS CASOS POSITIVOS DE ESQUISTOSSOMOSE NA I REGIÃO DE SAÚDE - SES/PE, 2010-2017 |
A esquistossomose mansônica é uma doença infecto-parasitária, de caráter agudo e crônico, causada pelo trematódeo digenético Schistosoma mansoni . Segundo o Ministério da Saúde (MS), entre 2,5 a 8 milhões de brasileiros eram portadores da doença em 2011, sendo a maioria na região Nordeste do país. Tratar a esquistossomose tem como finalidade sua cura, diminuição da carga parasitária do hospedeiro, impedimento da evolução para as formas graves da doença, e prevenção primária da transmissão. Diante disso, esse estudo teve como objetivo analisar a cobertura do tratamento dos casos positivos para esquistossomose na I Região de Saúde(RS) do estado de Pernambuco. Trata-se de um estudo transversal de caráter descritivo, com dados secundários obtidos a partir do Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE). O estudo foi realizado na I RS, que abrange 19 municípios e um distrito da Secretaria Estadual de Saúde de PE. A análise dos dados foi baseada no total de exames com resultados positivos para ovos de Schistosoma mansoni e no total de pacientes tratados no período de 2010 à 2017. Foi empregada a estatística descritiva a partir da distribuição de frequências absolutas e relativas. No período estudado houve 9.777 casos tratados para 13.743 casos positivos de esquistossomose, representando uma cobertura de tratamento equivalente à 71,14%. De acordo com o que é preconizado pelo Programa de Controle da Esquistossomose (PCE) do MS, deve-se tratar todos os casos positivos, buscando alcançar uma cobertura de tratamento superior a 80%. Entretanto, ao analisar a série histórica percebe-se que a I RS não atingiu a cobertura de tratamento em nenhum dos anos da série estudada. Apesar disso, foi observado que do ano de 2010 até 2014, o percentual de cobertura do tratamento foi crescente, sendo 71,47% em 2010; 71,69% em 2011; 73,31% em 2012; 78,23% em 2013 e 78,51% em 2014. Todavia, nos anos seguintes constatou-se uma redução, representada por 60,54% em 2015, 59,30% em 2016 e 55,60% em 2017. Para que as metas estabelecidas pelo MS sejam alcançadas, é preciso que aja intensificação das ações de vigilância e controle do PCE nos municípios endêmicos, refletidas no diagnóstico e tratamento oportunos dos casos de esquistossomose. Priorizar o enfretamento dessa doença favorecerá mudanças do perfil epidemiológico, diminuindo, cada vez mais, o número de casos. Palavras-chave: Esquistossomose; Sistema de Informação; Tratamento; Vigilância Epidemiológica. |