DETECÇÃO DE FLAVIVIRUS EM CULICÍDEOS DE GOIÁS E MINAS GERAIS
THITO YAN BEZERRA DA PAZ 1, LEONARDO HENRIQUE ALMEIDA HERNÁNDEZ1, JOAQUIM PINTO NUNES NETO1, HAMILTON ANTÔNIO DE OLIVEIRA MONTEIRO1, BRUNA LAÍS SENA DO NASCIMENTO1, ANA CECÍLIA RIBEIRO CRUZ1
1. IEC - Instituto Evandro Chagas, 2. UEPA - Universidade do Estado do Pará
thitodapaz000@gmail.com

Os culicídeos (Diptera, Culicidae) reúnem mosquitos de grande interesse para a saúde pública por atuarem como vetores de arboviroses importantes. A vigilância de arboviroses necessita de diversas ferramentas para a identificação de amostras de potenciais hospedeiros, reservatórios e transmissores para o estudo epidemiológico e dos ciclos de manutenção dos vírus. A aplicação da técnica de Transcrição Reversa seguida pela Reação em Cadeia mediada pela Polimerase (RT-PCR) para a vigilância entomo-virológica em culicídeos é de grande valia para esse propósito. A importância do rápido processamento e notificação das informações obtidas é devida à circulação de múltiplas espécies de Flavivirus no Brasil, as quais são causadoras de epidemias recorrentes e agravos com significativo impacto na saúde pública. Por essa razão, este estudo intentou pesquisar Flavivirus em espécimes de culicídeos provenientes de investigação entomo-virológica e investigar a espécie viral presente nas amostras positivas. Os 2 469 culicídeos incluídos no estudo, provenientes da vigilância entomo-virológica dos estados de Goiás e Minas Gerais encaminhados à Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas (SAARB) do Instituto Evandro Chagas (IEC), foram agrupados em 250 amostras, as quais foram submetidas a maceração, seguida de extração de RNA e RT-PCR genérica para o gênero Flavivirus . O genoma de Flavivirus foi detectável em 7 das 250 amostras (2,8%) sendo elas de espécimes de Haemagogus janthinomys, Haemagogus leucocelaenus e Psorophora ferox provenientes dos municípios de Jandaia - GO, Alvarenga - MG e São Sebastião do Maranhão - MG. Os testes de rotina do Laboratório de Biologia Molecular da SAARB apontaram a presença do genoma do vírus da Febre Amarela (VFA) nas 6 amostras com espécimes de Haemagogus spp. , e ausência na amostra com espécimes de Psorophora ferox . A presença do genoma do vírus Rocio (VROC), vírus Ilheus (VILH) - que são conhecidamente transmitidos pela espécie - ou espécies de Flavivirus restritas a insetos podem ter resultado na positividade da amostra. A aplicação de uma ferramenta específica para a detecção de Flavivirus mostra-se relevante, considerando-se também o risco de introdução de outros vírus do mesmo gênero no país. O método aplicado no estudo provê informações que, incorporadas a abordagens mais abrangentes, auxiliam as decisões de autoridades de saúde no que diz respeito à contenção do risco de epidemias causadas por Flavivirus .



Palavras-chaves:  Culicidae, Flavivirus, Vigilância entomo-virológica