INVESTIGAÇÃO DOS VÍRUS DENGUE E CHIKUNGUNYA EM AMOSTRAS NEGATIVAS PARA O VÍRUS ZIKA, EM 2015, NO BRASIL
SÉLLY SOCORRO DOS PRASERES LIRA1,2, ALICE LOUIZE NUNES QUEIROZ1,2, ANA ALICE DE AQUINO1,2, ALESSANDRA DA CONCEIÇÃO MIRANDA SANTOS1,2, ANA CECÍLIA RIBEIRO CRUZ 1,2
1. IEC - Instituto Evandro Chagas, 2. UEPA - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
anacecilia@iec.pa.gov.br

Os arbovírus têm sido um grande problema em saúde pública em todo o mundo. Dentre os emergentes causadores de epidemias no Brasil, podemos destacar o vírus Zika, vírus Dengue e vírus Chikungunya . São vírus que circulam e ocasionam surtos simultâneos, apresentam sintomas semelhantes e geram um desafio para diagnosticá-los e diferenciá-los. O objetivo do estudo foi realizar a investigação de Chikungunya e Dengue, em amostras analisadas e negativas para o vírus Zika no ano de 2015, no Brasil. Além disso, objetivou-se investigar as possíveis ocorrências de coinfecções entre os vírus estudados e descrever o perfil epidemiológico dos casos positivos. Trata-se de um estudo transversal epidemiológico, no qual foram utilizados RNAs, provenientes de soro, e submetidos à investigação dos alvos virais por meio da técnica de RT-qPCR. As fichas epidemiológicas, dos casos positivos, também foram consultadas. Um total de 160 amostras foram analisadas, de 15 estados brasileiros. Para o VCHIK, 30 foram positivas, com prevalência maior na região Norte e Nordeste. Verificou-se que a apresentação clínica dos pacientes era semelhante às de outras arboviroses, caracterizadas com febre, cefaleia, artralgia, mialgia, exantema, entre outros. Houve predomínio do sexo feminino e a maioria entre as idades de 21 a 39 anos. Além disso, verificou-se casos de infecção por VCHIK em dois idosos, uma criança e uma gestante. Nenhuma amostra apresentou positividade para o VDEN. O fato de não conter infecções, nas amostras analisadas, para o VDEN pode estar relacionado a fatores como competência viral do vetor, período de incubação extrínseca e intrínseca diferente entre os dois vírus. Dados no Ministério da Saúde apontam que, em 2015, a região Norte e Nordeste foram as mais prevalentes em casos suspeitos de infecção por VCHIK. Contudo, os estados de Piauí e Pará não apresentaram notificações neste período, sugerindo uma possível ocorrência de subnotificações dessa infecção, principalmente no que se refere aos grupos de risco. Diante disto, faz-se necessário que infecções com manifestações clínicas semelhantes possam ser investigadas para que não ocorra falta de elucidação diagnóstica ao paciente. É necessário ainda, tomadas de medidas preventivas que intensifiquem a mobilização em combate ao vetor. Diminuindo, dessa forma, a proliferação do mosquito e dispersão viral, uma vez que, a circulação simultânea aumenta os riscos de coinfecções entre essas arboviroses.



Palavras-chaves:  Arbovírus, Cocirculação, Chikungunya, Dengue, Zika