INVESTIGAÇÃO DOS VÍRUS DENGUE E CHIKUNGUNYA EM AMOSTRAS NEGATIVAS PARA O VÍRUS ZIKA, EM 2015, NO BRASIL |
Os arbovírus têm sido um grande problema em saúde pública em todo o mundo. Dentre os emergentes causadores de epidemias no Brasil, podemos destacar o vírus Zika, vírus Dengue e vírus Chikungunya . São vírus que circulam e ocasionam surtos simultâneos, apresentam sintomas semelhantes e geram um desafio para diagnosticá-los e diferenciá-los. O objetivo do estudo foi realizar a investigação de Chikungunya e Dengue, em amostras analisadas e negativas para o vírus Zika no ano de 2015, no Brasil. Além disso, objetivou-se investigar as possíveis ocorrências de coinfecções entre os vírus estudados e descrever o perfil epidemiológico dos casos positivos. Trata-se de um estudo transversal epidemiológico, no qual foram utilizados RNAs, provenientes de soro, e submetidos à investigação dos alvos virais por meio da técnica de RT-qPCR. As fichas epidemiológicas, dos casos positivos, também foram consultadas. Um total de 160 amostras foram analisadas, de 15 estados brasileiros. Para o VCHIK, 30 foram positivas, com prevalência maior na região Norte e Nordeste. Verificou-se que a apresentação clínica dos pacientes era semelhante às de outras arboviroses, caracterizadas com febre, cefaleia, artralgia, mialgia, exantema, entre outros. Houve predomínio do sexo feminino e a maioria entre as idades de 21 a 39 anos. Além disso, verificou-se casos de infecção por VCHIK em dois idosos, uma criança e uma gestante. Nenhuma amostra apresentou positividade para o VDEN. O fato de não conter infecções, nas amostras analisadas, para o VDEN pode estar relacionado a fatores como competência viral do vetor, período de incubação extrínseca e intrínseca diferente entre os dois vírus. Dados no Ministério da Saúde apontam que, em 2015, a região Norte e Nordeste foram as mais prevalentes em casos suspeitos de infecção por VCHIK. Contudo, os estados de Piauí e Pará não apresentaram notificações neste período, sugerindo uma possível ocorrência de subnotificações dessa infecção, principalmente no que se refere aos grupos de risco. Diante disto, faz-se necessário que infecções com manifestações clínicas semelhantes possam ser investigadas para que não ocorra falta de elucidação diagnóstica ao paciente. É necessário ainda, tomadas de medidas preventivas que intensifiquem a mobilização em combate ao vetor. Diminuindo, dessa forma, a proliferação do mosquito e dispersão viral, uma vez que, a circulação simultânea aumenta os riscos de coinfecções entre essas arboviroses. |