AGLOMERADOS DE RISCO DE OCORRÊNCIA DE TUBERCULOSE NO ESTADO DO ACRE NO PERÍODO DE 2007-2016.
GUSTAVO HENRIQUE SCHNEIDER 1, LUIS HUMBERTO DA SILVA FREIRE JUNIOR1, AMANDA CAPELOTO MASTRO1, ELCENIRA FARIAS DO NASCIMENTO1, LEONARDO AUGUSTO KOHARA MELCHIOR1, JAMILLE GREGÓRIO DOMBROWSKI1, RITA DO SOCORRO UCHÔA DA SILVA1
1. UFAC - Universidade Federal do Acre, 2. SESACRE - Secretaria de Estado de Saúde, 3. ICB/USP - Instituto de Ciências Biomédicas - Universidade de Sāo Paulo
gustavo.hschneider@hotmail.com

Anualmente, no Brasil, cerca de 70.000 casos de tuberculose (TB) são notificados, dos quais aproximadamente 4.500 evoluem para o óbito, constituindo-se na quarta causa de morte por doenças infecciosas no território brasileiro. Apesar da notificação compulsória, muitos serviços de saúde não avaliam a distribuição dos casos, o que favoreceria as medidas de controle da doença. Assim, esse trabalho tem o objetivo de avaliar o risco de ocorrência de TB no espaço e no espaço-tempo em todos os 22 municípios do estado do Acre no período de 2007 a 2016. Os dados sobre incidência de TB foram obtidos por meio da Secretaria Estadual de Saúde do Acre (SESACRE), sendo estes extraídos da Ficha de Notificação/Investigação da Tuberculose do SINAN. Nenhuma informação que pudesse identificar o paciente foi disponibilizada. Para testar a hipótese alternativa (H1), de que indivíduos de determinadas áreas possuíam maior probabilidade de serem acometidos pela TB, utilizou-se estatística de varredura por meio do software SaTScan, que identifica aglomerados espaciais e espaço-temporais. A rejeição da hipótese nula (H0), onde todos os indivíduos possuíam a mesma probabilidade de serem acometidos pela doença, foi testada a um nível de significância estatístico de 5%. Para análises estatísticas, utilizou-se o software IBM SPSS Statistics, versão 2.1. Entre 2007-2016, foram notificados 3.912 casos de TB no Acre. O município de Rio Branco foi identificado como aglomerado de alto risco da doença no espaço e no espaço-tempo (2012 a 2016), com risco relativo (RR) de 3,23 e 2,15, respectivamente. Os demais municípios do estado compreenderam três aglomerados de baixo risco no espaço e também no espaço-tempo (2012 a 2016), com RR variando entre 0,36 a 0,53. Com base nesses resultados, observou-se que o munícipio de Rio Branco apresentou um maior risco de ocorrência de TB em relação aos outros munícipios do estado. Considerando também que a capital apresentou um aglomerado de alto risco no final do espaço-tempo analisado, diferentemente do primeiro quinquênio, conclui-se que o número de casos está aumentando, e a vigilância epidemiológica deve estar atenta, concentrando a maior parte dos esforços na capital acreana. Além disso, deve-se elevar a fiscalização quanto à falha de notificações nos demais municípios, uma vez que grande parcela de casos pode não ser devidamente notificada.



Palavras-chaves:  Epidemiologia , Mapeamento Geográfico , Tuberculose