AGLOMERADOS DE RISCO DE OCORRÊNCIA DE TUBERCULOSE NO ESTADO DO ACRE NO PERÍODO DE 2007-2016.
|
Anualmente, no Brasil, cerca de 70.000 casos de tuberculose (TB) são notificados, dos quais aproximadamente 4.500 evoluem para o óbito, constituindo-se na quarta causa de morte por doenças infecciosas no território brasileiro. Apesar da notificação compulsória, muitos serviços de saúde não avaliam a distribuição dos casos, o que favoreceria as medidas de controle da doença. Assim, esse trabalho tem o objetivo de avaliar o risco de ocorrência de TB no espaço e no espaço-tempo em todos os 22 municípios do estado do Acre no período de 2007 a 2016. Os dados sobre incidência de TB foram obtidos por meio da Secretaria Estadual de Saúde do Acre (SESACRE), sendo estes extraídos da Ficha de Notificação/Investigação da Tuberculose do SINAN. Nenhuma informação que pudesse identificar o paciente foi disponibilizada. Para testar a hipótese alternativa (H1), de que indivíduos de determinadas áreas possuíam maior probabilidade de serem acometidos pela TB, utilizou-se estatística de varredura por meio do software SaTScan, que identifica aglomerados espaciais e espaço-temporais. A rejeição da hipótese nula (H0), onde todos os indivíduos possuíam a mesma probabilidade de serem acometidos pela doença, foi testada a um nível de significância estatístico de 5%. Para análises estatísticas, utilizou-se o software IBM SPSS Statistics, versão 2.1. Entre 2007-2016, foram notificados 3.912 casos de TB no Acre. O município de Rio Branco foi identificado como aglomerado de alto risco da doença no espaço e no espaço-tempo (2012 a 2016), com risco relativo (RR) de 3,23 e 2,15, respectivamente. Os demais municípios do estado compreenderam três aglomerados de baixo risco no espaço e também no espaço-tempo (2012 a 2016), com RR variando entre 0,36 a 0,53. Com base nesses resultados, observou-se que o munícipio de Rio Branco apresentou um maior risco de ocorrência de TB em relação aos outros munícipios do estado. Considerando também que a capital apresentou um aglomerado de alto risco no final do espaço-tempo analisado, diferentemente do primeiro quinquênio, conclui-se que o número de casos está aumentando, e a vigilância epidemiológica deve estar atenta, concentrando a maior parte dos esforços na capital acreana. Além disso, deve-se elevar a fiscalização quanto à falha de notificações nos demais municípios, uma vez que grande parcela de casos pode não ser devidamente notificada. |