Enterocolite Necrosante: Relato de Caso
CELY CAROLYNE PONTES MORCERF1, FABIANA CERQUEIRA ABBUD1, BRUNA ALVES CAMBRAIA1, ARTHUR HENRIQUE FERNANDES RODRIGUES 1
1. UNIGRANRIO - Universidade do Grande Rio Professor José de Souza Herdy, 2. UNIT - Centro Universitário Tiradentes
arthur_rodrigues@live.com

A enterocolite necrosante (ECN) é a emergência clínica e cirúrgica mais encontrada na neonatologia, com taxa de mortalidade aproximada de 50% em RN com peso menor que 1.500g. Corresponde a vários graus de necrose isquêmica dos intestinos grosso e delgado do RN. Comumente encontrada em prematuros e sua etiologia é pouco definida, complexa e multifatorial. Trata-se de um relato de caso cujo objetivo é debater sobre importância de diagnóstico e conduta de RN com ECN. RN do sexo feminino, nascido de parto vaginal por trabalho de parto prematuro com placenta 30% descolada, apgar 8/9. Sem necessidade de manobras de reanimação e pesando 1500g. Ainda na sala de parto, houve saída de sangue vivo na aspiração de via aérea e gástrica do RN e, o mesmo, evoluiu com desconforto respiratório precoce, sendo encaminhado a UTI neonatal para suporte respiratório e nutricional. Admitido na UTI no mesmo dia com dieta zero, solicitado raio x de abdome e tórax, ventilação não invasiva, gasometria arterial, hemocultura e prescrito ampicilina + gentamicina. No dia 10 de vida, apresentou-se hipoativa, reativa ao manuseio, com distensão abdominal importante, fezes com sangue. Solicitado raio x de abdome, encontrando-se pequena lamina de gás livre na cavidade. Iniciado tazocim, fentanil e dieta zero, com HV e nutrição parenteral, suspeitando-se de NEC. Hemocultura evidenciou Klebsiella pneumoniae ESBL positivo, iniciando-se troca de tazocim por meropenem e mantendo observação rigosa. Evoluiu com queda da saturação de até 85% com bradicardia e hipotonia, realizado intubação. No dia 15 foi realizado raio x com laudo de “pobreza de gás com melhora evolutiva”. No dia 23, após 10 dias de VMI, foi extubado para ar ambiente, Sat: 92%, realizado nebulização com adrenalina e suspendido fentanil, foi iniciada dieta LHO, com redução gradual da dieta parenteral. No dia 32, paciente recebeu alta da UTI, sendo transferida para o método canguru. Teve acompanhamento médico ambulatorial adequado, após alta da canguru, sendo de extrema importância para a observação e controle de complicações de desenvolvimento que possam aparecer ou fatores que levem a uma evolução desfavorável do quadro. Desta forma, é necessária rápida identificação, intervenção e correta abordagem do RN, pois o atraso no diagnóstico e na intervenção correta no caso de ECN pode agravar o quadro, levando ao pior prognóstico da criança. Deve-se envolver toda a equipe, com foco no tratamento e manejo do paciente com ECN.



Palavras-chaves:  Enterocolite Necrozante, Neonatologia, Relatos de Casos