CARACTERIZAÇÃO CLÍNICA E DEMOGRÁFICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL HUMANA NO ESTADO DE PERNAMBUCO ENTRE 2006 A 2015
JAQUELINE MARIA DOS SANTOS SOUSA1, WALTER MASSA RAMALHO1, MARCIA ALMEIDA DE MELO1
1. UFRPE - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO, 2. UNB - UNIVERSIDADE DE BASÍLIA
marcia.melo@ufcg.edu.br

A leishmaniose visceral (LV) ocorre prioritariamente em regiões que apresentam vulnerabilidade socioeconômica, sanitária e ambiental. Em Pernambuco, esta zoonose negligenciada tem se expandido geograficamente e em magnitude e os esforços para o enfrentamento não tem sido suficiente para conter este avanço. Este trabalho tem por objetivo descrever o perfil epidemiológico dos casos humanos de LV, no período de 2006 a 2015 no Estado de Pernambuco. Foi realizado um estudo descritivo, transversal e quantitativo, com coleta de dados secundários dos Sistemas de Informação em Saúde. Observou-se no período que Pernambuco apresentou 2,42% dos casos do país, onde 49,61% concentraram-se nas macrorregiões do Vale do São Francisco e Araripe. O percentual de municípios que havia notificado casos no começo do período elevou-se de 21,08% (n = 39) para 43,78% (n =81) no final do período.  A LV acometeu prioritariamente o sexo masculino, indivíduos de cor parda, a faixa etária entre 1 e 4 anos e indivíduos com escolaridade de 1ª à 4ª série incompleto. A coinfecção com o vírus HIV ocorreu em 5,6% dos casos. A incidência foi de 9,7 casos por 100.000 habitantes e a letalidade de 12,34%. Portanto, esta enfermidade tem demonstrado preocupante expansão e evolução, além de alta letalidade no estado de Pernambuco. Sendo este o único estudo deste tipo na última década, ficou evidente que apesar dos esforços para conter esta doença, foi mantido comportamento semelhante ao descrito em estudos anteriores. Com isto, sugerimos reavaliar as atuais ações de prevenção e controle no estado.



Palavras-chaves:  Doenças Transmissíveis, Epidemiologia, Leishmaniose Visceral, Vigilância em Saúde Pública, Zoonoses