PERFIL DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS EM PACIENTES COM TUBERCULOSE E HIV/AIDS EM UM HOSPITAL REFERÊNCIA EM DOENÇAS INFECTOCONTAGIOSAS DE MINAS GERAIS
NATÁLIA HELENA DE RESENDE1,3, SARAH BEATRIZ SILVA 1,3, WÂNIA DA SILVA CARVALHO1,3, SILVANA SPINDOLA DE MIRANDA1,3, MARIA DAS GRAÇAS CECCATO1,3, ADRIANO MAX MOREIRA REIS1,3, DIRCE INÊS DA SILVA1,3, JOÃO PAULO AMARAL HADDAD1,3
1. UFMG - UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2. HEM FEHMIG - HOSPITAL EDUARDO DE MENEZES - FEHMIG, 3. FAFAR UFMG - FACULDADE DE FARMÁCIA DA UFMG, 4. EV UFMG - ESCOLA DE VETERINÁRIA DA UFMG, 5. FM UFMG - FACULDADE DE MEDICINA UFMG
sarahfarmaciaufmg@gmail.com

Introdução: O tratamento da coinfecção tuberculose e HIV/aids representa um grande desafio para a saúde pública devido à grande complexidade dos esquemas terapêuticos e o fato de os pacientes ainda apresentarem outras necessidades farmacoterapêuticas, considerando a sua situação imunológica. Objetivos: Descrever as características sociodemográficas, clínicas e o perfil de utilização de medicamentos entre os pacientes coinfectados com tuberculose e HIV/aids.  Métodos: Estudo transversal retrospectivo realizado em amostra de 81 pacientes coinfectados com TB e HIV/aids, utilizando um questionário semi-estruturado, no período de setembro de 2015 a dezembro de 2016 no Hospital Eduardo de Menezes da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais.  Resultados: Dentre os 81 entrevistados, a maioria era do sexo masculino (77%). A mediana da idade era de 40 anos. Os participantes do estudo informaram utilizar um total de 810 medicamentos (média= 10/paciente). Todos os pacientes estavam tratando a tuberculose, sendo predominante o uso do esquema básico (85%) e a fase de terapia intensiva (88%). Aproximadamente metade dos pacientes (51%) estava em uso de antirretrovirais, com predominância da primeira linha de tratamento (38%), composta por inibidores da transcriptase reversa análogos de nucleosídeos mais a nevirapina ou o efavirenz. Mais da metade dos pacientes (73%) apresentavam linfócitos T CD4+ menor que 200 células/µL e apenas 12% apresentaram carga viral indetectável. Grande parte dos pacientes (78%) utilizavam medicamentos para profilaxias ou tratar outras condições clínicas além da coinfecção, sendo a candidíase e a pneumonia as doenças mais prevalentes. Discussão: A análise sobre o perfil de utilização de medicamentos desses pacientes contribui para o entendimento da complexidade do tratamento dos pacientes coinfectados. A elevada média de utilização de medicamentos por paciente pode estar associada à gravidade do quadro clínico apresentada, com carga viral elevada e linfócitos T CD4+ menor que 200 células/µL, além da presença da tuberculose e outras doenças definidoras da aids. Esses pacientes merecem atenção especial da equipe de saúde em relação à avaliação da farmacoterapia. Conclusão: Observa-se nesse estudo uma grande utilização de medicamentos, bem como um perfil clínico de pacientes graves que devem receber cuidados farmacoterapêuticos individualizados para que se obtenham desfechos clínicos favoráveis.



Palavras-chaves:  TUBERCULOSE, HIV/AIDS, FARMACOTERAPIA, COINFECÇÃO, MEDICAMENTOS