Projeto piloto para melhorar o acesso na atenção integral da Doença de Chagas na Colômbia |
Na Colômbia, estima-se que 4.8 milhões de pessoas estão em risco de infecção por doença de Chagas. 436 mil já estão infectadas e 130 mil sofrem as consequências das complicações cardíacas. Somente 1.2% da população em risco foi testada e entre 62 e 82% dos testados tiveram confirmação de diagnóstico para doença – entretanto, e apenas 0.4% recebeu tratamento específico antiparasitário. A pesquisa teve como objetivo a avaliação do impacto de um projeto piloto de eliminação de barreiras de acesso ao diagnóstico e tratamento. Em duas comunidades-piloto, foram comparados dados de pessoas diagnosticadas; tempo de espera entre a tomada de amostra e confirmação; e outros indicadores entre o ano anterior e o ano posterior à implementação do piloto, usando um desenho retrospectivo/prospectivo. Durante os 12 meses de implementação do piloto, o número de pedidos de diagnóstico sorológicos feitos desde a consulta médica aumentou de 25 pedidos/ano para 389 pedidos/ano (+1456%). A prevalência de infecção foi de 24% (93/389). O diagnóstico com duas provas foi aplicado para 100% dos casos, seguindo a recomendação da OMS/OPAS. O tempo entre o pedido médico até a definição diagnóstica reduziu-se de entre 10 a 18 meses para menos de 16 dias (-96%). A barreira de diagnóstico na Colombia se atribui em grande parte à complexidade do processo e à dependência de especialistas em centros urbanos. Um processo mais simplificado permitiu um diagnóstico rápido e eficiente em centros de atenção mais perto das comunidades onde vivem as pessoas afetadas. Esforços para assegurar o tratamento adequado também devem ser colocados em prática, segundo as recomendações de cada país. Os resultados preliminares deste programa piloto sugiram que uma simplificação no processo diagnóstico, implementado de forma sistemática, facilitando o acesso ao diagnóstico e ao tratamento da doença de Chagas nas comunidades endêmicas. |