PARACOCCIDIODOMICOSE INTESTINAL: UM ACOMETIMENTO RARO DE UMA MICOSE SISTÊMICA |
INTRODUÇÃO : A paracoccidioidomicose (PCM) é uma micose sistêmica causada por Paracoccidioides braziliensis , de acometimento sistêmico, sendo pulmões, pele e sistema linfático os sítios mais acometidos. OBJETIVO : Descrever um caso com acometimento intestinal por paracoccidioidomicose . DESENHO DE ESTUDO : observacional descritivo não-controlado. MÉTODOS : consulta ao prontuário médico e revisão de literatura. RESULTADOS : V.T, 60 anos, masculino, agricultor, residente de Porto Velho-RO.Procurou atendimento médico com queixa de dor abdominal intensa, acompanhada de febre, astenia e perda ponderal de 25 kg em 6 meses. Ao exame físico havia dor à palpação profunda do abdome, pele hiperpigmentada e hipocorada, procurou atendimento médico e realizou radiografia de tórax que apresentou infiltrado pulmonar bilateral difuso, e colonoscopia evidenciou colite ulcerada, realizadas biopsias das lesões que revelou a presença de estruturas redondas e um infiltrado inflamatório crônico com tecido de granulação, compatível com Paracoccidiodomicose. Transferido para o Centro de Medicina Tropical de Rondônia – CEMETRON para tratamento com itraconazol, apresentou hipotensão postural, e realizada a tomografia computadorizada de abdome que mostrou lesões sugestivas de acometimento da glândula suprarrenal e instituída terapêutica com prednisona para síndrome de Addison aguda. Recebeu alta do hospital em bom estado geral, para acompanhamento ambulatorial. DISCUSSÃO : O acometimento intestinal da PCM é raro, e as topografias mais comuns são íleo terminal, apêndice e cólon ascendente. As manifestações clínicas variam desde dor abdominal, síndrome de má absorção, diarreia muco-sanguinolenta, retorragia até obstrução intestinal. O diagnóstico é estabelecido através de biópsia do órgão acometido com estudo histopatológico que demonstra o fungo e um infiltrado inflamatório crônico com tecido de granulação. O tratamento é feito com antifúngicos orais (itraconazol, sulfametoxazol) ou endovenosos (anfotericina B). CONCLUSÃO : Apesar de rara a forma intestinal da PCM deve ser cogitada em pacientes imunocompetentes como diagnóstico diferencial de suboclusão ou oclusão intestinal (eventualmente também secundária a lesões de mucosa), diarreia com síndrome de má absorção, doença inflamatória intestinal, tuberculose e câncer colorretal. PALAVRAS-CHAVES: Micoses. Paracoccidioidomicose. Paracoccidioidomicose intestinal. |