INTERNAÇÕES POR MICOSES NO BRASIL |
Segundo a Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos (NCBI), as micoses podem abranger desde infecções superficiais que envolvem a camada externa do estrato córneo da pele até infecções disseminadas que envolvem o cérebro, coração, pulmões, fígado, baço e rins. Estão incluídas no termo micoses as dermatofitoses, eporotricose, aspergilose, candidíase, histoplasmose, dentre outras. Este trabalho intenciona elucidar as características epidemiológicas das internações por micoses no Brasil. Trata-se de um estudo epidemiológico analítico-descritivo sobre casos classificados como Micoses pelo CID-10. As informações foram obtidas pelo Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde), abrangendo dados sobre internações no Brasil entre 2008 e 2017, compreendendo 10 anos. Nos resultados, durante o período considerado, ocorreram 72.608 internações por micoses no Brasil. Destas, 39.929 (55%) foram do sexo masculino e 32.679 (45%) foram do sexo feminino. A média de permanência geral foi de 8,7 dias, sendo ligeiramente maior no sexo masculino (9,6 dias) do que no feminino (7,6 dias). A letalidade geral foi de 7,33%, a qual aumentava conforme a faixa etária, atingindo 21,9% nos maiores de 80 anos. O regime público foi responsável por 35.557 (48,9%) internações, o privado 26.713 (36,7%), sendo que a taxa de mortalidade foi maior no público (9,5%) em relação ao privado (4,5 %). A maioria dos casos foram em caráter de urgência, com 61.453 (84,6%). Cerca de metade das internações se concentrou na região Nordeste, com 36.822 (50,7%) casos. Em comparação com as demais, esta região apresentou a maior taxa de mortalidade (8,97%), sendo que a maior média de permanência foi na região norte (10 dias). O custo total por esta morbidade no Brasil foi de R$ 76.315.832,19 ao longo destes 10 anos. Com base nos dados evidenciados na pesquisa, percebe-se que a mortalidade é bastante significativa e que muitos casos chegam aos serviços de saúde em caráter de urgência. Torna-se então necessário que haja uma intensificação do reconhecimento e da intervenção precoce desta enfermidade para os indivíduos acometidos, antes que seja preciso a admissão nos serviços de urgência e que a mortalidade não seja tão expressiva. |